Coronavírus: ‘passaporte carioca de imunização’ causa polêmica
Projeto de lei cria "passe livre" aos vacinados e a quem se recuperou da Covid, assim como àqueles que tiverem como pagar por teste na porta dos eventos
Um projeto de lei que tramita na Câmara do Rio vem causando polêmica antes de ser votado – e, ao que tudo indica, a discussão deve ir longe. Apresentado pelo vereador Felipe Michel (Progressistas), ele propõe a criação de um “passaporte carioca de imunização”. O documento identificaria as pessoas que já foram contaminadas pela Covid-19 ou estão vacinadas, dando a elas livre acesso a qualquer evento ou ponto turístico do Rio.
Covid: Alô, carioca entre 78 e 67 anos! Saiba que dia você será vacinado
É uma outra versão do “passaporte”, no entanto, que está no centro do debate. Uma das emendas ao projeto sugere a distribuição de passe livre temporário para circular pela cidade a quem apresentar exame RT PCR negativo, com validade de 48 horas. Na ausência deste comprovante, a proposta é que quem esteja disposto a se divertir fora de casa se submeta ao teste na porta do evento pretendido. O valor cobrado por um exame como este dificilmente fica abaixo dos 100 reais, o que privilegiaria quem tem condições financeiras para arcar com este valor.
BBB: site traduz frases para o ‘lumenês’ – e resultado é hilário
“Imagino que esta solução seria adotada por eventos com ticket médio maior, onde seria economicamente viável cobrar um valor a mais”, diz o produtor de eventos André Barros. Com experiência na realização de grandes operações, como os camarotes comerciais da Sapucaí, André idealizou um protocolo, nomeado de Passaporte Carioca, e isso inspirou o Felipe Michel a inseri-lo no projeto de lei. “Sei que o dono de um barzinho pequeno não vai ter dinheiro para implementar o teste rápido, e o seu público dificilmente conseguirá pagar por ele. Mas a iniciativa é de interesse coletivo”, afirma.
Primeiro festival de cinema LGBT do Rio terá sessões on-line gratuitas
Em sua justificativa, o vereador afirma que “O Rio de Janeiro perdeu diversas oportunidades de gerar renda este ano com o cancelamento do réveillon, do carnaval, final da Copa Libertadores, sem o menor embasamento, e de outros eventos que não puderam ser realizados por causa da pandemia”.
Auxílio emergencial estadual de até R$ 300 é aprovado no Rio
No texto, ele também diz que “o setor de eventos e turístico não pode servir como mártir e ser estigmatizado como causador ou propagador da pandemia”. Publicado no diário oficial, o projeto ainda precisa entrar na pauta pra ser discutido e votado em primeira e segunda instância.
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui