Continua após publicidade

Um dos prédios mais antigos do Rio, Convento do Carmo vai reabrir como centro cultural

Reforma na edificação do século XVII revela tesouros arqueológicos da época da chegada da família real portuguesa ao Brasil

Por Da Redação
Atualizado em 21 dez 2021, 12h33 - Publicado em 21 dez 2021, 12h32
Convento do Carmo
Convento do Carmo: um dos prédios mais antigos do Rio reabre como centro cultural (Felipe Fittipaldi/Veja Rio)
Continua após publicidade

Um dos prédios mais antigos do Rio de Janeiro, o Convento do Carmo (1620), na Praça XV, vai virar um centro cultural. Construída por frades carmelitas, a edificação viu a cidade crescer, mas estava abandonada há décadas quando foi iniciada a reforma que abre espaço também para um restaurante, uma biblioteca e salas de aula. O investimento, de quase R$ 30 milhões, é da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

+ Primeiro caso da Ômicron no Rio é confirmado em passageira que chegou dos Estados Unidos

“Em 2017, a PGE teve a ideia de recuperar o imóvel com seus recursos próprios. E agora a gente está tendo este momento feliz de devolvê-lo à sociedade do Rio de Janeiro. Nenhum centavo sequer do orçamento do Poder Executivo foi destinado para esta obra”, disse ao Jornal Nacional desta segunda-feira (20) Bruno Dubeux, procurador-geral do Estado do Rio de Janeiro.

A primeira exposição, no ano que vem, vai mostrar tesouros arqueológicos da época da chegada da família real portuguesa ao Brasil garimpados durante as obras. São louças inglesas, francesas, garrafas de vinho, talheres de prata encontrados ao lado de cachimbos, búzios e fragmentos de cerâmica.

+ Réveillon 2022: quanto tempo vai durar a queima de fogos em cada bairro 

Continua após a publicidade

“E o que eu acho muito interessante nesse sítio é que ele te remete a esse universo diverso, não é um universo binário entre a realeza e os escravizados, você tem uma massa de pessoas de classes outras que estão convivendo nesse espaço e deixando igualmente seus remanescentes”, destacou ao JN a arqueóloga Jeane Cordeiro.

O prédio em si já é um marco arqueológico, com paredes de pedras coladas com óleo de baleia, grades antigas e a estrutura reforçada por vigas de madeira, prova do medo que os colonizadores tinham de viver no Brasil a tragédia dos terremotos que sacudiram Portugal. A reforma revelou decorações nas paredes e a pintura imitando madeira. Mudanças feitas no início do século XIX, quando a corte de Portugal veio para o Rio. Antigos corredores ligando o convento ao Paço Imperial e à capela real estão registrados em fotos.

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

Continua após a publicidade

Os frades deixaram o convento para uma moradora ilustre: Dona Maria, a primeira mulher a governar o império português. Vítima de depressão profunda, após várias perdas na família em uma epidemia de varíola, a rainha tinha acessos de loucura. Vivia entre paredes, circulando apenas em passagens que não existem mais. Quem passava na rua ouvia os gritos de Dona Maria, segundo relatos da época. O único aposento de uma rainha europeia nas Américas foi restaurado, após um trabalho que buscou e recuperou o piso, a cor e as pinturas originais. No local, Dona Maria passou os últimos oito anos da sua vida, até morrer, em março de 1816, aos 81 anos de idade.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.