Autoridades fazem nova vistoria nas obras da tirolesa no Pão de Açúcar
Membros da Comissão de Cultura avaliaram positivamente o projeto de instalação do equipamento
Após uma vistoria realizada na última sexta (12), a Comissão de Cultura da Câmara do Rio avaliou positivamente o projeto de instalação de uma tirolesa no Pão de Açúcar. Na ocasião os vereadores assistiram a uma apresentação do projeto. Ao todo, serão quatro linhas que vão ligar o Pão de Açúcar ao Morro da Urca, em um trajeto de 755 metros que poderá ser percorrido em velocidade de até 100 km/h.
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“Acho que é uma obra que poderá trazer benefícios para o conjunto da população e a cidade ganhar mais com isso. Saio daqui com algumas certezas positivas em relação ao projeto. Mas como vereador, exercendo um papel de mediação, acho importante abrir esse debate para participação de representações da sociedade civil”, ressaltou o presidente do colegiado, o vereador Edson Santos (PT) – que já promoveu uma audiência pública para discutir a obra mês passado. Ele destacou que conseguiu obter mais esclarecimentos na apresentação e sugeriu à direção do Caminho Aéreo Pão de Açúcar e ao arquiteto Guto Índio da Costa, quem assina o projeto, que seja feito um novo encontro.
Uma das maiores preocupações era relativa às autorizações. Sandro Fernandes, CEO do Parque Bondinho Pão de Açúcar, informou à comissão que a obra está sendo feita de forma totalmente legal e o projeto foi pensado com todo o cuidado para impactar a região o mínimo possível. “São quase três anos desde o início da sua concepção do projeto até hoje. Foram dois anos e meio entre a primeira reunião e a obtenção de todas as licenças, todas elas foram outorgadas para o início das obras”, sublinhou. Além disso, a equipe do Parque destacou que foram cumpridos os requisitos técnicos exigidos pelo Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca (MoNa) e pelos órgãos licenciadores: Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e a Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (SMDEIS).
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O responsável pelo projeto da tirolesa assegurou que a tirolesa não vai interferir em praticamente nada no que diz respeito à circulação de pessoas na região, ruídos ou paisagem. “É importante lembrar que, ao contrário do que é feito hoje, todos os visitantes e usuários da tirolesa vão comprar ingresso com hora marcada. Hoje em dia há alguns momentos de pico porque os visitantes chegam eventualmente nos mesmos horários. A tirolesa nasce com horários marcados, o que vai distribuir o fluxo ao longo do dia e da semana. E esta experiência vai ser adicionada ao usuário do próprio parque”, reforçou Guto Índio da Costa. Segundo ele, o projeto não contempla expansão de área ocupada e nem grandes impactos ambientais na vegetação do local. “A supressão vegetal que foi feita removeu cinco árvores nativas e nove exóticas ou invasoras, que já deveriam ter sido removidas do parque obrigatoriamente. Em troca, 83 nativas estão sendo plantadas. Essa é uma das contrapartidas legais que foi exigida pela prefeitura”, destacou.
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Ao fim da vistoria, representantes de movimentos críticos ao projeto falaram com os vereadores. Uma das integrantes do Movimento Pão de Açúcar sem Tirolesa, Paloma Yamagata argumentou que o empreendimento deveria ter sido mais debatido com os moradores e a sociedade como um todo. “A gente entende que qualquer modificação deste patrimônio precisa ser discutida de uma forma mais ampla”, defendeu. Morador da Urca, Rodrigo Veloso, mostrou preocupação com o impacto viário que o projeto pode provocar. “Nos finais de semana que a praia está cheia já é muito difícil o trânsito aqui, e é justamente nestes dias que se presume que teriam mais visitantes na tirolesa. Todo esse aumento de público, mais vans, mais Uber, mais táxi, mais ônibus de turismo, isso geraria um impacto viário muito grande em uma área que já está complicada”, afirmou.