Com números em alta, Rio volta a registrar mais mortes violentas que SP
Foram 3.388 por aqui em 2023 contra 2.977 do estado vizinho, que tem quase o triplo da população
O Rio de Janeiro voltou a passar o de São Paulo, que tem quase o triplo da população, no número de assassinatos registrados em 2023. Foram 3.388 mortes violentas por aqui, uma média de nove por dia, e 233 a mais que as 3.155 registradas em 2022 (alta de 7,4%). Já no estado vizinho foram 2.977 no mesmo período, 10% a menos que o total de 3.316 de 2022. Os dados – que mostram também que o Rio voltou a ser o terceiro estado com maior número absoluto de mortes violentas -, constam na edição final do levantamento periódico de assassinatos feito pelo Monitor da Violência, uma parceria entre o portal g1, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Núcleo de Estudos da violência da USP.
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Feito desde 2017, até 2021 o Rio mantinha-se na frente no número do mortes violentas. Em 2022, pela primeira vez, São Paulo passou a frente. Mas por pouco tempo: a situação voltou se inverter. O levantamento leva em conta homicídios dolosos (incluindo feminicídios), latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais seguidas de morte. Mortes decorrentes de violência policial não entram.
O aumento de 7,4% de assassinatos no Rio de Janeiro vai na contramão do que aconteceu no Brasil em 2023, que teve recuo de 4% nas mortes na comparação com 2022, de 41,1 mil para 39,5 mil. O estado faz parte do grupo de cinco unidades da federação que tiveram alta nas mortes violentas em 2023, ao lado Amapá, Minas Gerais, Maranhão e Pernambuco. Outras 21 tiveram queda, e uma (Ceará), estabilidade. O Rio, entretanto, teve o maior peso entre os cinco estados que tiveram alta – das 654 mortes a mais nesse grupo, 35% (233) aconteceram em terras fluminenses.
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Parte do aumento das mortes violentas pode ser explicada por brigas de grupos criminosos pelo controle de territórios na cidade do Rio. Em 2023, a facção Comando Vermelho ampliou os ataques a comunidades dominadas por milícias em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade. Há também as vítimas de balas perdidas.