“Só cochilei por meia hora”, diz mãe de bebê sequestrado em maternidade
Em entrevista ao Fantástico, Nívea contou que teve pré-eclâmpsia e ficou mais de 24 horas em trabalho de parto
Com uma gravidez de alto risco, a mãe do pequeno Ravi, recém-nascido sequestrado na Maternidade Municipal Maria Amelia Buarque de Hollanda, no Centro, na madrugada de terça (31), ficou mais de 24 horas em trabalho de parto e cochilou por apenas meia hora após o nascimento. Foi neste momento que seu filho foi levado. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, exibida neste domingo (5), a professora Nivea Maria Rabelo Moreira contou que teve pré-eclâmpsia. Imagens inéditas das câmeras e segurança obtidas pelo programa mostram o momento exato em que a sequestradora entrou e o tempo que ficou na unidade hospitalar, cerca de 12 horas, circulando livremente.
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Cauane Malaquias da Costa saiu pela porta da frente da maternidade carregando três bolsas, Numa delas estava Ravi. Ela chegou por volta das 11h40 da manhã de terça (31) e ficou do lado de fora da unidade durante cerca de 1h30min. Os novos vídeos mostram que a jovem entra, coloca o celular pra carregar, sai, vai no bebedouro enche a garrafinha de água. E ela fica observando a entrada, a recepção o tempo todo, a movimentação das pessoas. Graças às imagens e ao trabalho de uma força-tarefa das polícias Civil e Militar, seis horas após o sequestro o bebê foi resgatado na manhã de quarta (1), na comunidade do Borel, na Tijuca. Ela, que já é mãe de uma menina, disse à polícia que inventou a gravidez para manter um relacionamento e que, por isso, roubou o bebê. Ela está presa e vai responder pelo crime de subtração de menores. A pena pode chegar a seis anos.
“Meu sonho era ter um parto natural. Pesquisamos a minha doula, pesquisamos a Maria Amélia, que é uma maternidade referência no Rio de Janeiro em partos naturais”, contou Nivea. Ravi nasceu após 24 horas de trabalho de parto, e foi levado na madrugada do dia 1º de novembro, meia hora após Nívea e sua sogra tirarem um cochilo. “Eu lembro que 1h45 da manhã eu levantei eu olhei pro bercinho dele e já estava vazio. Eu não fiquei nem com raiva dessa menina. Eu so queria que ela devolvesse”.
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“É direito da minha nora cochilar, ela passou mais de 24 horas em trabalho de parto, é direito meu como mulher, dentro de uma instituição que nos promete segurança, promete a saúde, promete a vida vindo ao mundo e isso ser roubado de nós”, acrescentou sua sogra, Patrícia Cunha Figueira, que reclamou da falta de segurança na maternidade: “Ela (Cauane) passou por vários funcionários, passou por onde fica o posto de enfermagem, e ninguém viu, ninguém desconfiou, ninguém percebeu, ninguém perguntou o que estava fazendo, onde ia. Que venha a ter justiça, que venha a ter mudança, porque o meu neto apareceu, a gente comemora, mas a gente poderia estar chorando como muitas mães estão chorando ate hoje”. A Secretaria municipal de Saúde disse, em nota, que está analisando o sistema de câmeras de monitoramento e que vai aguardar o avanço da investigação para determinar como pode evoluir no sistema de segurança.