Clipe de MC Poze do Rodo bate 1 milhão de visualizações em 11 horas
Em 'Desabafo 2', cantor usou cenas de sua prisão e versos sobre a polícia; ele é investigado por apologia ao tráfico e associação ao Comando Vermelho

Investigado e preso por apologia ao tráfico e associação com o Comando Vermelho, o MC Poze do Rodo usou imagens de sua saída de Bangu 3, nesta terça (3), em um clipe lançado 31 horas após deixar o presídio. Com trechos como: “Avisa lá que não vão me parar”, “estão de olho grande nos meus ouros” e ‘filha da p*ta nenhum vai me intimidar”, “Desabafo 2” já ultrapassou 1 milhão de visualizações no YouTube em 11 horas. São mais de 100 mil curtidas e sete mil comentários. Muitos internautas consideraram as imagens “emocionantes”, especialmente nas cenas em que a influencer Vivi Noronha – mulher do MC, que é investigada em esquema de lavagem de dinheiro do CV — aparece ao lado dele.
+ MC Poze do Rodo é solto e agentes da Seap contêm fãs com spray de pimenta
As cenas usadas no clipe mostram as centenas de pessoas se acotovelavam na frente do Complexo de Gericinó para aguardar a saída de Poze no início da tarde de terça (3). Na ocasião, houve tumulto, e a polícia precisou intervir, disparando tiros de balas de borracha, lançando bombas de gás lacrimogêneo e borrifando spray de pimenta para
dispersar a multidão, além de isolar a porta do presídio com grades. A ação provocou correria, mas não houve feridos graves. Um dos destaques é quando Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o cantor Oruam, filho do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, subiu com mais dois homens no teto de dois ônibus que passavam pela Estrada Guandu do Sena.
O clipe, lançado nesta quarta (4), seria uma espécie de continuação do “Desabafo 1”, de 2023. O rapper usa a letra para expressar sua indignação diante das críticas, “perseguições” e acusações, especialmente as relacionadas a apologia ao crime e sua imagem nas redes sociais. Em uma parte do vídeo, que já circula nas redes sociais como um sucesso, MC Poze do Rodo aparece, logo após sua soltura, revoltado com o tratamento dado pela polícia aos seus fãs: “Mais uma vez estou aqui provando para vocês que sou artista. Então, para de me perseguir! Me deixa em paz, p*rra!”, disse o cantor, em trecho do clipe.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Marlon Brendon Coelho Couto e Silva, o Poze, ficou cinco dias preso. A peça chave da investigação teria sido a presença do MC em um baile funk na Cidade de Deus, ocorrido dois dias antes da morte de um policial da Core durante uma operação na comunidade, há cerca de dez dias. De acordo com as investigações, o MC realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV). Nessas apresentações, cita a polícia, há a presença ostensiva de traficantes armados com armas de grosso calibre, como fuzis,garantindo a “segurança” do artista e do evento.