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Um picadeiro de circo começa a ser erguido em antiga área da PM no Leblon

Terreno do governo do Estado foi cedido por seis meses em troca de ingressos para atender a projetos sociais com comunidades e alunos de escolas públicas

Por Da Redação
Atualizado em 27 set 2022, 18h20 - Publicado em 27 set 2022, 18h17
23ºBPM:
23ºBPM: área em litígio há dez anos dará lugar a circo nos próximos seis meses (./Reprodução)
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Centro de uma polêmica há mais de uma década, por estar em uma área extremamente valorizada no coração do Leblon, o terreno cerca de 35 mil metros quadrados do governo do Estado, anexo ao 23º BPM (Leblon), vai dar lugar a um circo. Com capacidade para até 900 espectadores, a lona ficará montada por até seis meses, a partir de outubro.

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A Polícia Militar cedeu o espaço para a Secretaria estadual de Cultura. Em contrapartida, a pasta repassou o lugar para o circo e terá cotas de ingressos para o estado distribuir entre moradores de áreas carentes e estudantes da rede pública, entre outros. Os serviços de terraplanagem já começaram, e parte da lona já foi instalada.

“A ideia é iniciar as apresentações na mesma semana do Dia da Criança (12 de outubro). Nossas apresentações são grandiosas. Temos inclusive uma orquestra. São mais de 50 artistas no palco. Entre as atrações estão os irmãos Hipólyto (os ex-ginastas olímpicos Daniela e Diego) além de artistas de várias nacionalidades. Só não tem animais de verdade: os elefantes, girafas, camelos e o avestruz são de espuma”, disse ao Globo o produtor cultural Frederico Reder, proprietário do Reder Circus. Segundo ele, pelo menos 10% dos ingressos serão doados à Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa, que definirá os critérios de distribuição.

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O valor do ingresso ainda não está definido. Em São Gonçalo, onde o espetáculo é realizado atualmente, eles variam entre 30 e 160 reais. Inicialmente, a ideia é realizar apresentações de quinta a domingo; e também nos feriados.

A chegada da lona, com o espetáculo Abracadabra, surpreendeu os moradores. A presidente da Associação de Moradores do Leblon, Evelyn Rosenzweig, diz que não foi consultada e que teme o impacto que eventos no local seja no trânsito quanto nos níveis de barulho numa área de perfil residencial. A Subprefeitura da Zona Sul informou que recebeu uma consulta informal sobre a realização de espetáculos circenses no local. Mas que ainda não foi emitida licença para eventos. Segundo órgão, os responsáveis foram orientados a dar entrada em um pedido de autorização para análise de diversos órgãos públicos, o que não foi feito até agora.

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Devido à localização, o terreno no Leblon é bastante valorizado. O ex-governador Sérgio Cabral chegou a anunciar um projeto de transformar a área em um grande parque público, que não foi adiante. Os ex-governadores Luiz Fernando Pezão e Wilson Witzel tinham planos para vender a área. Em 2016, o estado chegou a estimar em 450 milhões de reais o valor de mercado da área. Na época, a prefeitura fez uma simulação sobre como o terreno poderia ser ocupado por empreendimentos imobiliários:  poderiam ser construídas até 800 unidades distribuídas por 15 edifícios entre cinco e oito andares. O projeto ficou por alguns anos parado devido a uma lei aprovada na Câmara de Vereadores que proibia o uso privado do terreno, derrubada pela Justiça há cerca de dois anos. Depois disso, em dezembro de 2021, o governador Cláudio Castro também se manifestou favorável a vender o imóvel, mas ainda não há prazo para isso. O último uso do terreno foi como hospital de campanha da Rede D’Or durante a pandemia do Covid.

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