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Cinema

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 15h39 - Publicado em 4 abr 2012, 21h10

PRÉ-ESTREIAS

COMO AGARRAR MEU EX-NAMORADO, de Julie Anne Robinson (One for the Money, EUA, 2012). Na comédia, Katherine Heigl interpreta Stephanie Plum. Como está desempregada, a jovem decide se arriscar numa profissão excêntrica. Ao virar caçadora de recompensas, tem como primeira missão capturar um ex-policial suspeito de assassinato. Acontece que o dito-cujo, Joe Morelli (Jason O?Mara), foi quem a seduziu e a abandonou nos tempos do colégio (91min). Cinemark Botafogo 1, Cinemark Downtown 7.

✪✪✪ 12 HORAS, de Heitor Dhalia (Gone, EUA, 2012). Embora tenha sido desgastante a experiência de filmar uma produção americana nos Estados Unidos (leia entrevista abaixo), o diretor pernambucano Heitor Dhalia fez um trabalho acima da média. Na trama de suspense psicológico, a jovem Jill (Amanda Seyfried, de Mamma Mia!) entra em pânico ao descobrir que a irmã desapareceu. O namorado dela não sabe de seu paradeiro e a polícia nem dá bola para as queixas de Jill. Motivo: tempos atrás, essa moça se disse raptada, mas o criminoso e as provas nunca foram encontrados. Como tem certeza de se tratar da mesma pessoa, a protagonista embarca numa perigosa investigação por conta própria (94min). Cinemark Botafogo 3, Cinemark Downtown 1, Kinoplex Fashion Mall 4, Kinoplex Leblon 1.

ESTREIAS

✪✪ ESPELHO, ESPELHO MEU, de Tarsem Singh (Mirror Mirror, EUA, 2012). Diretor de A Cela (2000) e do recente Imortais, o indiano Tarsem Singh realiza aqui seu melhor trabalho. Mas isso não quer dizer muita coisa, porque seus filmes anteriores eram medíocres. A ideia é fazer uma releitura da fábula de Branca de Neve, subvertendo a história original dos irmãos Grimm ao injetar feminismo, mudanças e modernizações. Como comédia, às vezes funciona, sobretudo quando Julia Roberts, posando de Rainha Má e numa acertada atuação, está em cena. O enredo cobre a trajetória da jovem Branca de Neve (Lily Collins), perseguida por sua madrasta após a morte do pai. O reinado vive seus piores dias e a rainha, além de deixar o povo passando fome, precisa encontrar um príncipe rico para equilibrar o orçamento. Mas o bonitão Alcott (Armie Hammer) se encanta mesmo é por Branca de Neve. Sem que o pretendente saiba, a rainha manda seu fiel súdito (Nathan Lane) matá-la. Ele, porém, a deixa sobreviver e, com a ajuda dos sete anões, a mocinha vai reverter o jogo. Adepto de um visual espalhafatoso, o realizador exagera na direção de arte e nos figurinos, e o que se pretendia luxo vira brega (106min). Livre. Estreou em 6/4/2012. Dublado: Bay Market 2, Box de Cinemas São Gonçalo 7, Cine 10 Sulacap 2, Cinemark Botafogo 2, Cinemark Carioca Shopping 5 e 7, Cinemark Downtown 9, Cinemark Plaza Shopping 7, Cinespaço Boulevard 1, Cinesystem Bangu 6, Cinesystem Recreio 2, Cinesystem Via Brasil 3, Iguatemi 4, Kinoplex Grande Rio 1, Kinoplex Nova América 6, Kinoplex West Shopping 1, UCI New York City Center 3, 5 e 13, UCI Kinoplex Norte Shopping 5, Via Parque 3. Legendado: Cinemark Downtown 5, Cinépolis Lagoon 1, Cinesystem Ilha Plaza 2, Estação Vivo Gávea 2, Kinoplex Fashion Mall 4, Kinoplex Leblon 2, Kinoplex Tijuca 6, Rio Sul 1, Roxy 1, São Luiz 1, UCI New York City Center 2 e 12, UCI Kinoplex Norte Shopping 3.

✪✪✪ JOVENS ADULTOS, de Jason Reitman (Young Adult, EUA, 2011). Realizador de Amor sem Escalas (2009), Jason Reitman se une novamente à roteirista Diablo Cody, repetindo a parceria de Juno (2007), para mais uma ácida e amarga comédia dramática. Diálogos potentes e por vezes desconcertantes seguem a trajetória errante de Mavis Gary (papel da sempre bela e cada vez melhor atriz Charlize Theron). Escritora divorciada, Mavis tem 37 anos e está no derradeiro episódio de uma série de livros juvenis. Além de morar em um apartamento bagunçado, ela vive entregue à bebida e nem liga para o cachorrinho de estimação. Decide, contudo, dar uma guinada. Sai de Minneapolis para voltar à sua pequena cidade natal com um único objetivo: reconquistar Buddy (Patrick Wilson), o grande amor de sua juventude, agora casado e pai de um recém-nascido. Lá, Mavis reencontra outro companheiro de escola, Matt (Patton Oswalt), um sujeito solitário que foi espancado na época do colégio. O rico enredo aborda temas como maturidade, a vida nos grandes centros e no interior e, sobretudo, o significado da felicidade. É daqueles pequenos grandes filmes para render discussões adultas após a sessão. Embora premiado em várias associações e festivais, o longa-metragem foi completamente ignorado no Oscar (94min). 12 anos. Estreou em 6/4/2012. Cinemark Downtown 10, Cinépolis Lagoon 3, Estação Sesc Rio 2, UCI New York City Center 7.

A VIDA DOS PEIXES, de Matías Bize (La Vida de los Peces, Chile/França, 2010). Drama. Depois de estrear com o polêmico Na Cama, o diretor chileno conta a história de Andrés (Santiago Cabrera). Na Alemanha há mais de uma década, ele precisa voltar ao Chile para resolver pendências de seu passado e fixar-se definitivamente em Berlim. Em um encontro com antigos amigos, esbarra com Beatriz (Blanca Lewin), por quem foi apaixonado, e se dá conta do mundo que deixou para trás (84min). 14 anos. Estreou em 6/4/2012. Estação Sesc Rio 3, Estação Vivo Gávea 3.

✪✪✪ XINGU, de Cao Hamburger (Brasil, 2012). Aventura dramática. Diretor do adorável O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), Cao Hamburger parte aqui para um projeto bem mais ambicioso: recuperar cerca de vinte anos da história dos irmãos sertanistas Villas-Boas. A grandiosa produção da O2, de Fernando Meirelles, passou quatro meses em locações e o resultado não deixa de ser, no mínimo, tecnicamente impecável. Da direção de arte à fotografia, tudo está em seu devido lugar. Mas talvez esteja aí seu pequeno deslize: falta emoção a trajetórias tão fortes e impactantes. A trama tem início em 1944, quando Cláudio (João Miguel, o melhor do elenco) e o caçula Leonardo (Caio Blat), filhos de um advogado e com espírito aventureiro, alistam-se como peões analfabetos na Expedição Roncador-Xingu, criada pelo governo federal. Logo depois, junta-se a eles o primogênito Orlando (Felipe Camargo). O enredo cobre desde os primeiros contatos com os índios até a criação do Parque Nacional do Xingu, no norte do Mato Grosso (103min). 12 anos. Estreou em 6/4/2012. Bay Market 1, Box de Cinemas São Gonçalo 2, Cine 10 Sulacap 5, Cinecarioca, Cinemark Botafogo 4, Cinemark Carioca Shopping 1, Cinemark Downtown 4, Cinépolis Lagoon 2, Cinespaço Boulevard 6, Cinemark Plaza Shopping 6, Cinesystem Bangu 4, Cinesystem Ilha Plaza 3, Cinesystem Via Brasil 2, Espaço Rio Design 2, Espaço Itaú de Cinema 1, Iguatemi 3, Kinoplex Fashion Mall 1, Kinoplex Grande Rio 3, Kinoplex Nova América 3, Kinoplex Tijuca 5, Kinoplex West Shopping 4, Leblon 2, Rio Sul 4, Roxy 2, São Luiz 2, UCI New York City Center 11, UCI Kinoplex Norte Shopping 7, Via Parque 2.

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EM CARTAZ

ADORÁVEL PIVELLINA, de Tizza Covi e Rainer Frimmel (La Pivellina, Áustria/Itália, 2009). Drama. Patti (Patrizia Gerardi) é uma artista de uma família de circo decadente que vive com o marido em um trailer nos arredores de Roma. Certo dia, ela encontra no balanço de um parquinho, sozinha, uma menina de 2 anos, Asia (Asia Crippa). No bolso do casaco da pequena, há um bilhete da mãe, garantindo que ela voltará para buscar a filha em breve. Enquanto isso não acontece, Patti conta com a ajuda do menino Tairo (Tairo Caroli), seu vizinho e também ligado ao circo, para cuidar da criança como se fosse da família. Exibido no Festival de Cannes de 2009, o filme foi premiado em diversos festivais europeus (100min). Livre. Estreou em 23/3/2012. Estação Sesc Botafogo 2, Estação Sesc Laura Alvim 2.

✪✪✪ ALBERT NOBBS, de Rodrigo García (Albert Nobbs, Inglaterra/Irlanda, 2011). Drama. A Irlanda de 1898 vive dias cinzentos. Num hotel de Dublin, o garçom Albert Nobbs (Glenn Close) cumpre seu serviço silenciosamente. Sem amigos nem familiares, tem um objetivo na vida: juntar dinheiro para abrir a própria tabacaria. Nobbs, na verdade, é uma mulher que se disfarçou de homem por força das circunstâncias. Ao ser obrigada a dividir sua cama por uma noite com Page, um pintor de paredes, Nobbs terá seu segredo descoberto. Rodrigo García, filho do escritor colombiano Gabriel García Márquez, deixa de lado o sentimentalismo e embarca no âmago da protagonista, uma mulher sem nenhuma noção de afeto ou emoção, num filme tão delicado quanto triste. Além das impressionantes caracterização e atuação de Glenn Close, produtora, roteirista e não à toa indicada ao Oscar de melhor atriz, surpreende igualmente a magnífica interpretação de Janet McTeer, mas não convém revelar seu papel na história (113min). 16 anos. Estreou em 24/2/2012. Estação Sesc Botafogo 2, Estação Sesc Laura Alvim 1.

✪✪✪ O AMOR CHEGA TARDE, de Jan Schütte (Love Comes Lately, Alemanha/Áustria/EUA, 2007). Realidade e ficção se confundem nesta simpática comédia dramática inspirada em contos de Isaac Bashevis Singer (1904-1991). A história gira em torno de Max Kohn (Otto Tausig), um imigrante austríaco de 80 anos que vive em Nova York e tem uma namorada um pouco mais jovem (papel de Rhea Perlman). Escritor com imaginação fértil, Kohn se deixa levar pela trama que está escrevendo: a de um senhor na Flórida às voltas com novas paixões, mortes inesperadas e crimes imperfeitos (86min). 12 anos. Cinemark Plaza Shopping 5.

✪✪✪ O ARTISTA, de Michel Hazanavicius (The Artist, França/Bélgica, 2011). A trajetória de prêmios desta comédia dramática começou no Festival de Cannes em 2011, no qual Jean Dujardin levou o troféu de melhor ator. Além do César (o principal prêmio francês) de melhor filme e direção, a fita faturou as estatuetas nas mesmas categorias no Oscar e ainda foi laureada em melhor figurino, trilha sonora e, novamente, ator. Vai entrar para a história como o primeiro filme de língua não inglesa a ganhar os principais prêmios. Trata-se de uma produção franco-belga, sem diálogos e em preto e branco numa época em que a barulheira, a ação e o cinema 3D dominam o cenário. Um roteiro muito simples, com alguns intertítulos e conduzido apenas pela bela música de Ludovic Bource, é desfiado com delicadeza. Nele, enfoca-se a trajetória de George Valentin (Dujardin). Astro de filmes mudos na Hollywood de 1927, Valentin, embora casado, se vê atraído pela dançarina e aspirante a atriz Peppy Miller (a graciosa Bérénice Bejo). A chegada do cinema falado, porém, trará um revés ao destino dos dois. Sem grandes pretensões nem voos altos, o diretor e roteirista Hazanavicius faz uma encantadora homenagem ao cinema, usando referências (talvez a maior delas seja ao clássico Cantando na Chuva) e desprezando firulas visuais e artifícios narrativos. Com John Goodman (100min). 12 anos. Estreou em 10/2/2012. Espaço Museu da República, Estação Sesc Botafogo 2, Estação Sesc Laura Alvim 3.

✪✪✪ CADA UM TEM A GÊMEA QUE MERECE, de Dennis Dugan (Jack and Jill, EUA, 2012). Na correria de protagonizar um filme por ano, surgem pequenos desastres na carreira do ator Adam Sandler. Felizmente, sua nova fita possui uma fórmula mais abrangente: é uma comédia popular com piadas sofisticadas. Na trama, Sandler interpreta Jack Sadelstein, um homem casado, pai de dois filhos e dono de uma produtora de comerciais em Los Angeles. Em sua próxima tarefa no emprego, deverá convencer o grande astro Al Pacino a estrelar uma propaganda das rosquinhas Dunkin?Donuts. Para piorar, sua irmã, Jill, vem de Nova York para passar o Dia de Ação de Graças. Embora gêmeos, eles não têm nada em comum. Jack sabe conciliar a vida profissional e a doméstica. Já a solteirona Jill se revela um poço de breguice, insegurança e burrice. Sandler optou pelo mínimo de artifícios para se transformar em mulher. O roteiro se serve de momentos sentimentais e chega a apelar para uma grotesca cena de flatulência para agradar a crianças e adolescentes. Mas, em troca, há deliciosas situações, sobretudo as brincadeiras com Al Pacino, interpretando a si mesmo e completamente apaixonado pela gêmea. Com Katie Holmes (91min). 10 anos. Estreou em 10/2/2012. Dublado: Box de Cinemas São Gonçalo 6, UCI New York City Center 6.

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✪✪✪✪ A DAMA DE FERRO, de Phyllida Lloyd (The Iron Lady, Inglaterra/França, 2011). Nas duas categorias em que concorria no Oscar, este drama foi merecidamente premiado. Meryl Streep, em sua 17ª indicação (mais um recorde!), finalmente conquistou sua terceira estatueta ? a segunda de melhor atriz. E a maquiagem, tão importante na composição da personagem, foi igualmente laureada. Além da magnífica atuação da estrela na pele de Margaret Thatcher, mostram-se surpreendentes a direção da inglesa Phyllida Lloyd (do decepcionante musical Mamma Mia!) e o roteiro de Abi Morgan (de Shame). Nele, Abi não se deteve numa biografia convencional: preferiu recorrer às lembranças da ex-primeira-ministra britânica sob o ponto de vista dela. A trama alterna passado e presente. Flagra Thatcher ainda na juventude (vivida por Alexandra Roach) como uma impulsiva estudante que, em 1959, se elege parlamentar. Em sua escalada política, vira líder do Partido Conservador em 1975 e, quatro anos depois, torna-se primeira-ministra, a única mulher nesse cargo na Inglaterra. Suas polêmicas ações no poder também são rememoradas no vaivém da narrativa. Tanto na maturidade quanto na velhice da personagem, Meryl mostra uma interpretação ex­traordinária. Com Jim Broad­bent (105min). 12 anos. Estreou em 17/2/2012. Espaço Museu da República, UCI New York City Center 8.

✪✪✪ A DANÇARINA E O LADRÃO, de Fernando Trueba (El Baile de la Victoria, Espanha, 2009). Dirigido pelo espanhol Fernando Trueba (Sedução), o filme foi inspirado no livro O Baile da Vitoria, do chileno Antonio Skármeta. Nesta trama, ambientada no Chile do fim da década de 90, quando o ditador Augusto Pinochet se refugiou em Londres, Abel Ayala vive Ángel Santiago e Ricardo Darín, Nicolás Vergara Grey. Ambos saem da cadeia no mesmo dia e com propósitos distintos. Nicolás, notório assaltante e espécie de herói para os chilenos, quer apenas reencontrar a família e refazer a vida. Ángel, um ladrãozinho com energia e insistência invejáveis, tenta convencê-lo a participar do roubo de uma grana preta pertencente a Pinochet. Enquanto isso, o moço se encanta pela dançarina muda e órfã Vitória (Miranda Bodenhofer). Em narrativa fluente, o realizador mistura gêneros em proposta curiosa, porém não totalmente satisfatória. Enquanto drama político, a trama traz pontos de interrogação. Sua sobrevivência vem através do doce romance e da ágil aventura dramática, sempre mais críveis e interessantes. Se Darín (Um Conto Chinês) apenas cumpre o contrato e Miranda Bodenhofer só mostra talento (e olhe lá) como bailarina, a fita tem seu maior trunfo em Ángel e em seu intérprete, um ator novato de 23 anos (127min). 14 anos. Estreou em 30/3/2012. Cinemark Downtown 1, Cinépolis Lagoon 5, Espaço Rio Design Vip, Estação Sesc Barra Point 1, Estação Sesc Ipanema 1, Estação Sesc Rio 1, Leblon 1, UCI New York City Center 8.

✪✪✪ DRIVE, de Nicolas Winding Refn (Drive, EUA, 2011). As atuações neste thriller e no drama Tudo pelo Poder renderam merecidos elogios ao ator Ryan Gosling, mas ele foi ignorado nas indicações ao Oscar. Em papel de palavras contidas, olhar expressivo e fúria interior, Gosling interpreta um sujeito sem nome que mora em Los Angeles e tem no volante seu maior ganha-pão. Embora trabalhe numa oficina mecânica durante o dia, o rapaz faz bico de motorista de assaltantes à noite e atua como dublê de produções cinematográficas. Solitário, ele acaba se encantando por Irene (Carey Mulligan, de Educação), sua vizinha, uma jovem mãe cujo marido está na cadeia. Standard (Oscar Isaac) ganha a liberdade e precisa participar de um roubo a fim de se ver livre de agiotas. Como é bom de direção e tem apego à família ao lado, o mecânico decide lhe dar uma mãozinha. A partir daí, tem início um eletrizante acerto de contas (100min). 16 anos. Estreou em 2/3/2012. Estação Sesc Laura Alvim 2.

FÚRIA DE TITÃS 2, de Jonathan Liebesman (Wrath of Titans, EUA, 2012). Na sequência do filme de 2010, Perseu (Sam Worthington), que derrotou o monstro Kraken, tem agora uma vida mais tranquila como pescador ao lado do pequeno filho. Mas a calmaria dura pouco. Como a humanidade está deixando de lado a devoção pelos deuses, eles estão enfraquecidos e quase perdendo uma batalha contra os titãs. Cabe, então, a Perseu embarcar numa aventura épica para resgatar Zeus (Liam Neeson) de um calabouço nas profundezas do submundo e derrotar os colossais inimigos. Com Ralph Fiennes (99min). 12 anos. Estreou em 30/3/2012. Dublado: Box de Cinemas São Gonçalo 8, Cine 10 Sulacap 3, Cinemark Carioca Shopping 4, Cinespaço Boulevard 3, Cinespaço Boulevard 5, Cinesystem Bangu 3, Cinesystem Via Brasil 1, Iguatemi 5, Kinoplex Grande Rio 1, Kinoplex Nova América 1, UCI Kinoplex NorteShopping 6. Legendado: Cinemark Carioca Shopping 3, Cinemark Downtown 3, Cinesystem Recreio 3, UCI New York City Center 16. Dublado, 3D: Bay Market 3, Box de Cinemas São Gonçalo 1, Cinecarioca, Cine 10 Sulacap 1, CineSesc Freguesia 1, Cinemark Plaza Shopping 4, Cinesystem Bangu 2, Cinesystem Via Brasil 5, Iguaçu Top 1, Iguatemi 1, Kinoplex Grande Rio 2, Kinoplex Nova América 7, Kinoplex West Shopping 5, UCI New York City Center 14, UCI Kinoplex Norte Shopping 1, Via Parque 5. Legendado, 3D: Box de Cinemas São Gonçalo 1, Cinemark Botafogo 6, Cinemark Downtown 8, Cinemark Plaza Shopping 4, Cinépolis Lagoon 6, Cinesystem Bangu 2, Cinesystem Ilha Plaza 4, Cinesystem Via Brasil 5, Espaço Rio Design 1, Iguatemi 1, Kinoplex Leblon 4, Kinoplex Tijuca 1, Rio Sul 2, Roxy 3, São Luiz 3, UCI New York City Center 4 e 14, UCI Kinoplex Norte Shopping 1.

✪✪ GUERRA É GUERRA, de McG (This Means War, EUA, 2012). Diretor de fitas barulhentas como os dois longas-metragens de As Panteras e O Exterminador do Futuro ? A Salvação, McG investe menos na ação e mais no humor nesta irregular comédia romântica. Reese Witherspoon, 35 anos, premiada com o Oscar de melhor atriz por Johnny & June, ainda acha que é uma menina e aqui tem o comportamento de uma diante do amor. Depois de ser dispensada pelo namorado, sua personagem, Lauren, batalha para encontrar um novo companheiro. Um anúncio num site de relacionamentos a leva a conhecer o bonitão e divorciado Tuck (Tom Hardy, de A Origem). Minutos depois, a trintona é paquerada numa videolocadora pelo sedutor e mulherengo Foster (Chris Pine, de Star Trek). Detalhe: ambos são agentes da CIA, amigos inseparáveis e, até então, não sabem que estão interessados pela mesma mulher. Ao descobrirem a coincidência, decidem disputá-la. A partir daí, há situações divertidas, alguns clichês e nenhum bom-senso nem preocupação com a realidade. Embora seja uma diversão ligeira, não precisava ser tão pudica e careta (97min). 12 anos. Estreou em 16/3/2012. Dublado: Cine 10 Sulacap 4, CineSesc Freguesia 2, Cinemark Carioca Shopping 2, Cinesystem Bangu 5, Cinesystem Ilha Plaza 1, Cinesystem Recreio 1, Kinoplex Tijuca 4, UCI Kinoplex Norte Shopping 4. Legendado: Cinemark Botafogo 1, Cinemark Downtown 7, Cinemark Plaza Shopping 5, UCI New York City Center 15.

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✪✪✪ HABEMUS PAPAM, de Nanni Moretti (Habemus Papam, Itália/França, 2011). Comédia dramática. No novo longa-metragem do diretor italiano de O Quarto do Filho (2001), a história tem um fundo dramático, mas ganha tratamento bem-humorado. Depois da morte do papa, o conclave do Vaticano se reúne para escolher um sucessor. Na hora de apresentá-lo aos fiéis na Praça São Pedro, o substituto (papel de Michel Piccoli) tem um surto e sofre uma crise de identidade: estaria ele preparado para ser o representante de Deus? Para ajudá-lo a resolver o problema, surge um psicanalista, interpretado pelo próprio diretor. Moretti, um dos roteiristas, pode ser excessivo como ator, mas sua trama flui bem com um tema para lá de insólito. Ateu e esquerdista, o realizador até coloca o clero em situações embaraçosas, mas, refinado, jamais escorrega na má educação (102min). Livre. Estreou em 16/3/2012. Cine Joia, Espaço Itaú de Cinema 3, Estação Sesc Barra Point 2, Estação Sesc Ipanema 2, Estação Vivo Gávea 1.

✪✪ HELENO, de José Henrique Fonseca (Brasil, 2012). Certamente, a maioria das pessoas que vai pegar uma sessão desse drama biográfico não sabe quem foi Heleno de Freitas. Seria, portanto, tarefa do roteiro (escrito a seis mãos) explicar. Por opção dos envolvidos no longa-metragem, a história foca muito mais em sua vida pessoal e nos atritos como jogador do que em suas façanhas no campo. Por ser um filme sobre um craque, há muito blá-blá-blá e pouco futebol. Embora um belíssimo trabalho de Walter Carvalho (diretor do documentário sobre Raul Seixas), a fotografia em preto e branco também pode afastar o grande público, assim como a narrativa cheia de vaivéns no tempo. Caso fosse contada cronologicamente, a trajetória de Heleno (1920-1959) talvez rendesse mais emoção. Do jeito escolhido, tende a aborrecer. Mas, diante de equívocos, há acertos, como a impecável recriação de época e a atuação de Rodrigo Santoro, que emagreceu 12 quilos para interpretar o protagonista em sua fase terminal. Heleno, mineiro de São João Nepomuceno, teve o auge de sua carreira na década de 40 como artilheiro do Botafogo. Rodeado de mulheres, sifilítico e viciado em éter, foi, aos poucos, revelando seu gênio intempestivo e perdendo a esposa que amava (papel de Alinne Moraes). A colombiana Angie Cepeda interpreta uma cantora e amante de Heleno (106min). 14 anos. Estreou em 30/3/2012. Box de Cinemas São Gonçalo 5, Cine 10 Sulacap 6, Cinemark Carioca Shopping 2, Cinemark Downtown 2, Cinemark Plaza Shopping 1 e 5, Cinespaço Boulevard 4, CineSesc Freguesia 2, Cinesystem Recreio 4, Espaço Itaú de Cinema 5, Estação Vivo Gávea 4, Iguatemi 7, Kinoplex Fashion Mall 2, Kinoplex Leblon 1, Kinoplex Nova América 2, Kinoplex Tijuca 3, UCI New York City Center 10, UCI Kinoplex Norte Shopping 8, Via Parque 1.

✪ HOTXUÁ, de Letícia Sabatella e Gringo Cardia (Brasil, 2009). Em 2007, a atriz Letícia Sabatella e o cenógrafo Gringo Cardia passaram dois meses entre os índios da tribo krahô, numa reserva no Tocantins. O objetivo era fazer um documentário sobre um povo alegre, que tem um sacerdote do riso chamado hotxuá. Embora tenham captado belas imagens e momentos de intimidade, a dupla preferiu acenar para um registro poético, deixando de escanteio a face, digamos, jornalística da empreitada. Com isso, o resultado ficou enfadonho e repetitivo (70min). Livre. Estreou em 17/2/2012. Cine Joia.

✪✪ HUBBLE 3D, de Toni Myers (Canadá, 2010). O documentário curtinho foi feito para ser exibido na formidável sala Imax e, por isso, traz aqueles efeitos de três dimensões de deixar o público boquiaberto. Em foco está a missão de sete astronautas que, em 2009, foram enviados ao espaço pela Nasa para consertar o telescópio Hubble. Se as imagens em 3D absolutamente fantásticas de galáxias ganham o fascínio do espectador, o trabalho da equipe torna a fita (sobretudo para a criançada) bem menos interessante (44min). Livre. Estreou em 26/8/2011. UCI New York City Center 4.

✪✪✪ INQUIETOS, de Gus Van Sant (Rest­less, EUA, 2011). Com uma carreira marcada por trabalhos densos, como Garotos de Programa (1991), Elefante (2003) e Milk (2008), o diretor Van Sant não foge à regra em seu novo drama, aqui temperado pelo romantismo e pela fatalidade. Trata-se do encontro de duas pessoas afligidas por traumas do passado e do presente. Na trama, o jovem Enoch Brae (Henry Hopper, filho do também ator Dennis Hopper, morto em 2010) tem o mórbido prazer de visitar velórios e funerais de pessoas desconhecidas. Vestido todo de preto, passa incógnito até ser abordado pela esfuziante Annabel Cotton (Mia Wasikow­ska, a protagonista de Alice no País das Maravilhas). Ela insiste em tê-lo como amigo, mas, arredio, Enoch recua. Aos poucos, os dois tornam-se confidentes e, depois, namorados inseparáveis. Enquanto o rapaz abre seu coração para relembrar velhas feridas, Annabel confessa ser vítima de um câncer terminal e ter apenas três meses de vida (91min). 12 anos. Cinemark Carioca Shopping 4.

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✪✪✪ A INVENÇÃO DE HUGO CABRET, de Martin Scorsese (Hugo, EUA, 2011). Assim como a comédia francesa O Artista, esta aventura juvenil faz uma bela homenagem ao cinema mudo. Ambas disputaram o maior número de prêmios no Oscar e empataram na quantidade de troféus. O novo trabalho do sempre competente Scorsese (Os Infiltrados), pela primeira vez usando um primoroso 3D, levou a melhor em fotografia, direção de arte, efeitos visuais, edição e mixagem de som. O longa-metragem, adaptado do livro homônimo de Brian Selznick, prima por um visual de época esplêndido. Depois de uma magnífica abertura sem diálogos, a história demora um pouco a chegar ao tema central. Na trama, Hugo Cabret (Asa Butterfield), um menino órfão, mora numa estação de trem na Paris da década de 30. Vivendo de furtos e dormindo no pavimento dos grandes relógios do local, sempre consegue escapar de um inspetor (Sacha Baron Cohen). Seu pai (Jude Law) deixou-lhe um caderninho com instruções para fazer um robô funcionar. Mas, ao ser capturado pelo velho Georges (Ben Kingsley), dono de uma loja de brinquedos, Hugo tem o objeto confiscado. Contando com a ajuda da sobrinha de Georges (papel de Chloë Grace Moretz), o protagonista embarca numa missão para desvendar alguns mistérios. Scorsese faz aflorar seu lado cinéfilo e, além de imagens dos filmes de Buster Keaton, Charles Chaplin, Harold Lloyd e até dos irmãos Lumière, precursores do cinema, traz à tona de forma tocante o fim da vida (ficcional) do diretor Georges Mèliés (1861-1938). Usar a técnica 3D em clássicos de Mèliés, como o ousadíssimo Viagem à Lua (1902), é algo tão genial que só alguns poucos cineastas, como este inquieto realizador, poderiam imaginar e pôr em prática (126min). Livre. Estreou em 17/2/2012. Dublado, 3D: UCI New York City Center 9. Legendado, 3D: UCI New York City Center 9.

✪✪ JOGOS VORAZES, de Gary Ross (The Hunger Games, EUA, 2012). Jogos Vorazes é o primeiro episódio de uma trilogia de livros escritos pela americana Suzanne Collins ? os seguintes são Em Chamas e A Esperança. Fenômeno editorial, a série já vendeu 13 milhões de exemplares nos Estados Unidos e, no Brasil, também é um sucesso entre leitores jovens. A adaptação para o cinema deve seguir por esse caminho e encontrar seu público-alvo, o mesmo que fez da cinessérie Crepúsculo um estrondoso barulho nas bilheterias. Na trama, a América do Norte virou o território de um regime totalitário chamado Panem. Depois de uma rebelião contra o sistema, seus doze distritos são obrigados a mandar, anualmente, um garoto e uma garota, entre 12 e 18 anos, para um torneio mortal. Levados para uma floresta, os 24 participantes vão lutar até a morte. Só um sobreviverá diante das câmeras do reality show transmitido pela TV para todo o país. Vindos do Distrito 12, o mais pobre deles, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) e Peeta Mellark (Josh Hutcherson) são os protagonistas desta aventura de ficção científica. Com enredo inusitado e envolvente, a fita tem direção de arte, figurinos e penteados horrendos e suaviza a violência para não chocar a meninada. Com Woody Harrelson, Stanley Tucci e Wes Bentley, um bom trio de atores, aqui em interpretações afetadas (142min). 12 anos. Estreou em 23/3/2012. Dublado: Bay Market 4, Box de Cinemas São Gonçalo 4 e 6, Cine 10 Sulacap 4, Cinemark Carioca Shopping 3 e 6, Cinemark Plaza Shopping 1, Cinespaço Boulevard 2, CineSesc Freguesia 3, Cinesystem Bangu 5, Cinesystem Via Brasil 6, Espaço Rio Design VIP, Iguaçu Top 2, Iguatemi 2, Kinoplex Grande Rio 4, Kinoplex Nova América 4, Kinoplex West Shopping 3, UCI New York City Center 18, UCI Kinoplex Norte Shopping 9 e 10, Via Parque 6. Legendado: Cinemark Botafogo 5, Cinemark Downtown 1 e 6, Cinemark Plaza Shopping 3, Cinépolis Lagoon 5, Cinesystem Ilha Plaza 1, Cinesystem Recreio 4, Cinesystem Via Brasil 6, Iguatemi 6, Kinoplex Leblon 3, Kinoplex Nova América 4, Kinoplex Tijuca 2, Rio Sul 3, São Luiz 4, UCI New York City Center 1 e 17, UCI Kinoplex Norte Shopping 2, Via Parque 6.

✪✪ L?APOLLONIDE – OS AMORES DA CASA DE TOLERÂNCIA, de Bertrand Bonello (L?Apollonide ? Souvenirs de la Maison Close, França, 2011). Diretor francês de O Pornógrafo, Bonello traz sofisticação à belíssima recriação de época neste drama, mas chove no molhado ao focar o mundo da prostituição. Em Paris, no início do século XX, o bordel L?Apollonide está com os dias contados. As acompanhantes fazem seus programas, discutem entre si as relações com a clientela e procuram distração em um ambiente movido a álcool e perversões. A mais prejudicada delas é Madeleine (Alice Barnole). Após ser amarrada na cama por um cliente, teve seus lábios cortados. Arrastada, a trama tem um desfecho tão anêmico quanto seu desenrolar (122min). 18 anos. Cine Joia, Estação Sesc Barra Point 2, Estação Sesc Botafogo 2.

✪✪✪ O LORAX – EM BUSCA DA TRÚFULA PERDIDA, de Cris Renaud (Dr. Seuss? The Lorax, EUA, 2012). Desde os anos 30 as histórias infantis do escritor Dr. Seuss (1904-1991) têm sido adaptadas para o cinema. Na última década, o autor foi redescoberto em filmes como O Grinch (2000) e a animação Horton e o Mundo dos Quem! (2008). Também tem brilho, graça e fundo emocional este coloridíssimo desenho animado do mesmo diretor de Meu Malvado Favorito. Pedida para crianças e adultos, a trama ecológica enfoca uma cidade futurista onde o plástico e o metal tomaram conta do verde. As árvores, por exemplo, foram substituídas por engenhocas eletrônicas. Inconformado, um garoto de 12 anos segue as instruções de sua avó e foge do vilarejo emparedado para encontrar uma figura misteriosa. Trancado por opção num sobrado abandonado no campo, o velho Umavez-ildo conta ao menino sua triste história. Quando jovem, ele tinha ideias arrojadas e, sem pensar duas vezes, derrubou as lindas árvores de trúfulas para fazer um produto de várias utilidades com suas plumagens. Quem não gostou nadinha disso foi o Lorax, o guardião da floresta, que protegia a flora e a fauna de fofos bichinhos. Bem-humorada e muito divertida, a fita tem curta duração e imaginação sem fim (86min). Livre. Estreou em 30/3/2012. Dublado: Bay Market 4, Box de Cinemas São Gonçalo 3, Cine 10 Sulacap 6, Cinemark Carioca Shopping 8, Cinemark Downtown 10, Cinemark Plaza Shopping 2, Cinespaço Boulevard 3 e 4, Cinesystem Ilha Plaza 4, Cinesystem Recreio 1, Espaço Rio Design 1, Iguatemi 6, Rio Sul 3, UCI New York City Center 1, Via Parque 4. Dublado, 3D: Box de Cinemas São Gonçalo 1, Cinecarioca, Cine 10 Sulacap 1, Cinemark Botafogo 3, Cinemark Downtown 12, Cinépolis Lagoon 4, Cinesystem Bangu 1, Cinesystem Via Brasil 4, Iguatemi 1, Kinoplex Fashion Mall 2, Kinoplex Grande Rio 5, Kinoplex Leblon 4, Kinoplex Nova América 5, Kinoplex Tijuca 4, Kinoplex West Shopping 2, São Luiz 4, UCI New York City Center 4 e 12, UCI Kinoplex Norte Shopping 10.

✪✪✪✪ MEDIANERAS – BUENOS AIRES NA ERA DO AMOR VIRTUAL, de Gustavo Taretto (Medianeras, Argentina/Espanha/Alemanha, 2011). Comédia dramática. Duas pessoas quase iguais, quase complementares, moram na mesma Avenida Santa Fé, em Buenos Aires, e, apesar de vizinhas, nunca se encontraram. Martín (Javier Drolas) vive numa quitinete, especializou-se na criação de sites, toma ansiolíticos e, cheio de manias, só anda a pé. Formada em arquitetura, Mariana (papel da espanhola Pilar López de Ayala, de Lope) ganhou outra ocupação: tornou-se vitrinista de lojas. Abandonada pelo namorado, a moça não usa elevador e gosta de procurar o personagem Wally no livro infantil. Em torno dos dois o diretor desenha um criativo painel do mundo de hoje, movido por relações virtuais, porém com uma pontinha de esperança na sensibilidade do calor humano (95min). 12 anos. Estreou em 2/9/2011. Estação Sesc Botafogo 3.

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✪✪ UM MÉTODO PERIGOSO, de David Cronenberg (A Dangerous Method, Inglaterra/Canadá/Alemanha/Suíça, 2011). Drama. Diretor de Senhores do Crime e Marcas da Violência, entre outros bons trabalhos, o canadense Cronenberg parte aqui para uma trama menos explosiva na forma, mas igualmente intrigante. Não é, contudo, um filme fácil de assistir e digerir. Por vezes teóricos demais, os diálogos cansam. Trata-se aqui da aproximação e do rompimento dos dois mais famosos psicanalistas da história: o suíço Carl Jung (1875-1961) e o austríaco Sigmund Freud (1856-1939). Em 1904, Jung (papel de Michael Fassbender, de Shame) decide tratar de Sabina Spielrein (Keira Knigthley), internada num hospital psiquiátrico de Genebra, utilizando o método da psicanálise criado por Freud (Viggo Mortensen). Histérica e tida como louca, essa judia russa se recupera, ingressa na universidade e também se volta para a psiquiatria ? a mesma personagem foi tema da fraca fita italiana Jornada da Alma (2002). Dois anos depois do primeiro encontro entre o médico e a paciente, Jung vai até Viena discutir o caso dela e conhecer Freud. Entre elipses, o roteiro, escrito por Christopher Hampton (Desejo e Reparação) e inspirado numa peça teatral de sua autoria, vai ainda enfocar o romance velado de Jung e Sabina e as desavenças entre os doutores (100min). 14 anos. Estreou em 30/3/2012. Espaço Itaú de Cinema 6, Estação Sesc Botafogo 1, Kinoplex Fashion Mall 3, Leblon 1, São Luiz 1, UCI New York City Center 7.

✪✪✪ MILLENNIUM – OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES, de David Fincher (The Girl with Dragon Tattoo, EUA/Suécia/Inglaterra/Alemanha, 2011). A trilogia de livros do escritor sueco Stieg Larsson (1954-2004) já havia sido adaptada pelo cinema de seu país. No Brasil, só foi lançado em 2010 o primeiro longa-metragem, que deu origem a esta refilmagem americana dirigida por David Fincher (A Rede Social). Quem viu o original vai notar pequenas alterações, sobretudo no desfecho. Contudo, a estrutura narrativa do drama policial está intacta. Sabe-se lá o motivo, mas a história continua ambientada na Suécia e com atores falando inglês. Daniel Craig vive Mikael Blomkvist, um repórter que caiu em desgraça após ter sido processado por um empresário, difamado por ele na revista Millennium. A fim de sair de cena por um tempo, ele aceita uma missão investigativa: contratado pelo rico industrial Henrik Vanger (Christopher Plummer), o jornalista deverá descobrir o paradeiro de Harriet, uma sobrinha dele, desaparecida quando tinha 16 anos na década de 60. Tateando em terreno misterioso e inseguro, cercado por dissimulados familiares de Vanger, Blomkvist vai precisar de ajuda. Quem deve socorrê-lo é Lisbeth Salander (Rooney Mara), uma hacker tatuada, lésbica e de comportamento inconstante. Indicado a cinco prêmios no Oscar, ficou com o de melhor montagem (158min). 16 anos. Estreou em 27/1/2012. Estação Sesc Laura Alvim 3.

✪✪ AS MULHERES DO 6º ANDAR, de Phi­lip­pe Le Guay (Les Femmes du 6ème Étage, França, 2010). Sucesso de bilheteria na França, a comédia romântica revisita, com boa recriação de época e sem muita criatividade, o clima de contos de fadas. Só assim mesmo para encarar uma história pouco crível ambientada na Paris de 1962. Após demitir uma velha empregada, o casal Jean-Louis (Fabrice Luchini) e Suzanne (Sandrine Kiberlain) tem o cotidiano virado de pernas para o ar. Mas eis que surge a saída: contratar a jovem doméstica Maria (Natalia Verbeke), recém-chegada da Espanha. Ela e outras conterrâneas vivem nas ?chambres de bonne?, como são chamados os quartinhos no sótão dos edifícios parisienses. É lá que o patrão vai descobrir um mundo à parte, com mulheres emotivas, cantantes e fervidas. Jean-Louis fica encantado e, não à toa, começa a observar Maria com outros olhos. A atriz Carmen Maura interpreta a tia de Maria (104min). 12 anos. Estreou em 10/2/2012. Cine Joia, Estação Sesc Botafogo 3.

✪✪✪ A MÚSICA SEGUNDO TOM JOBIM, de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim (Brasil, 2012). Apesar de nada acrescentar à biografia de Tom Jobim (1927-1994), o documentário musical tem o mérito de agradar aos fãs do autor de Águas de Março. Numa parceria do ci­neas­ta Nelson Pereira dos Santos com Dora Jobim, neta do compositor, a coletânea musical deixa de lado as entrevistas e o blá-blá-blá para ir direto ao ponto: as canções eternizadas na voz de seu criador e de artistas variados. Há momentos emblemáticos, a exemplo dos célebres encontros de Tom com Frank Sinatra, em 1967, e com Elis Regina, registrado no formidável disco Elis & Tom (1974). São as cenas tiradas do fundo do baú, contudo, que mais impressionam. Entre elas, Agostinho dos Santos cantando A Felicidade, o francês Henri Salvador, Eu Sei que Vou Te Amar, e a diva Ella Fitzgerald mostrando uma versão em inglês de Desafinado (Off Key). Sobressaem na fita as imagens raras e desbotadas pelo tempo de Judy Garland interpretando Insensatez, ou How Insensitive (90min). Livre. Estreou em 20/1/2012. Espaço Itaú de Cinema 5.

✪ A NOVELA DAS 8, de Odilon Rocha (Brasil, 2011). A ideia era promissora: fazer um painel de 1978 tendo como pano de fundo o sucesso da novela Dancin? Days, de Gilberto Braga. Mas, infelizmente, o resulto fica aquém das expectativas. Embora com um ou outro momento inspirado, Odilon Rocha, diretor e roteirista, se atrapalha no enfoque ao querer fazer uma homenagem ao melodrama usando como fórmula os folhetins da TV. Se ele se limitasse ao humor, à aventura e à diversão, talvez a fita funcionasse melhor. O drama político, contudo, entra de forma desajeitada na trama e a faz desandar. Amanda (Vanessa Giácomo) é uma garota de programa de São Paulo que recebe clientes em seu apartamento. Em geral, os fregueses são policiais, militares ou gente metida a caçar comunistas. Trabalhando como doméstica para Amanda, Dora (Claudia Ohana) revê um homem de seu sombrio passado e, emocionalmente abalada, resolve envenená-lo. Mesmo sem saber o verdadeiro motivo da morte, a destrambelhada patroa decide seguir o conselho da empregada e foge com ela para o Rio de Janeiro. O policial Brandão (Alexandre Nero) segue no encalço das duas. Lá, as confissões vêm à tona. Dora largou o marido, um militante revolucionário, e recomeçou a vida sob disfarce. A história ainda abre espaço para a amizade (e algo mais) que nasce entre um jovem estudante querendo sair do armário (Paulo Lontra) e um diplomata casado em crise conjugal, interpretado por Mateus Solano (102min). 14 anos. Estreou em 30/3/2012. CineSesc Freguesia 3.

✪✪✪ PEQUENOS ESPIÕES 4, de Robert Rodriguez (Spy Kids ? All the Time in the World, EUA, 2011). Xodó do diretor Robert Rodriguez, a cinessérie Pequenos Espiões chega com fôlego ao quarto episódio. Como se passaram oito anos desde a última história, o elenco dessa aventura foi trocado. Agora é Jessica Alba quem interpreta uma espiã. Mãe de um recém-nascido, ela precisa voltar à ativa para encontrar um sujeito responsável por roubar, pouco a pouco, os minutos do tempo. Ao descobrirem a identidade secreta da madrasta, os irmãos Cecil e Rebecca (papéis de Mason Cook e Rowan Blanchard) vão se tornar os novos espiões mirins. O realizador segue a fórmula de antes: saboroso clima de matinê, efeitos e cenários de jeitão datado, além de cenas de ação e situações divertidas para cair no gosto da criançada ? tudo sem aborrecer os adultos (89min). Livre. Estreou em 16/3/2012. Dublado: Cinemark Carioca Shopping 3, Iguatemi 7, UCI New York City Center 16. Dublado, 3D: UCI New York City Center 2, UCI Kinoplex Norte Shopping 9.

✪✪✪ PINA, de Wim Wenders (Pina, Alemanha/França/Inglaterra, 2011). Diretor de Paris, Texas (1984) e Asas do Desejo (1987), o alemão Wim Wenders deu início ao projeto de registrar o trabalho da coreógrafa Pina Bausch no início de 2009. Mas a parceria sofreu um baque no meio daquele ano, quando Pina morreu, aos 68 anos, de um câncer descoberto cinco dias antes. Mesmo assim, o realizador retomou o documentário, dando continuidade à filmagem das coreo­grafias concebidas por Pina ao longo da carreira dela. A fita abre com A Sagração da Primavera e apresenta outros momentos marcantes, como Café Müller, também usado na cena de abertura de Fale com Ela, de Pedro Almodóvar. Wenders recorre a registros no palco e, brilhantemente, leva a trupe para locações escolhidas a dedo na Alemanha ? são formidáveis as passagens pela fotogênica Wuppertal, cidade onde está sediada a companhia de dança de Pina. Outra ideia sensacional está no uso do 3D ? é obrigatório que o filme seja visto nesse formato. Pensado por Wenders em três dimensões, o longa-metragem ganha profundidade e joga o espectador para dentro das montagens, como se estivesse colado aos dançarinos. Contudo, não espere um roteiro informativo. Há, por exemplo, raras aparições da própria Pina, e, assim mesmo, em cenas de arquivo. Trata-se de uma produção refinada e para quem gosta da combinação de dança com teatro. Wenders, porém, comete um deslize: ao recolher depoimentos dos bailarinos, as belas apresentações são interrompidas com palavras óbvias e redundantes (106min). Livre. Estreou em 23/3/2012. Legendado: Cinépolis Lagoon 4, Espaço Itaú de Cinema 4, Estação Vivo Gávea 5.

✪✪✪ O PORTO, de Aki Kaurismäki (Le Havre, Finlândia/França/Alemanha, 2011). Drama. A estranha fita de tintas cômicas segue a linha do trabalho do diretor finlandês de O Homem sem Passado (2002). Quase sempre privilegiando focos de luz no rosto dos personagens, a esplêndida fotografia de Timo Salminen emoldura uma espécie de fábula dramática, embora seu desfecho seja alto-astral. Falada em francês, a história, ambientada no Havre, região portuária no norte da França, mostra os apuros pelos quais passa o sexagenário Marcel Marx (André Wilms). Ele ganha uns trocados como engraxate, sobrevive das doações de seus vizinhos comerciantes e tem uma mulher doente (papel de Kati Outinen). Para piorar, tenta ajudar um menino do Gabão (Blondin Miguel), que entrou ilegalmente no país, a fugir de um inspetor da polícia, papel de Jean-Pierre Darroussin (93min). 12 anos. Estreou em 2/3/2012. Espaço Museu da República, Estação Sesc Botafogo 3, Estação Sesc Laura Alvim 2.

✪✪✪✪ PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN, de Lynne Ramsay (We Need to Talk about Kevin, EUA/Inglaterra, 2011). No drama, a diretora e roteirista escocesa Lynne Ram­say fez algumas alterações na estrutura do livro homônimo, sobretudo limando a narrativa em primeira pessoa presente no original. Nos primeiros minutos, a realizadora usa o vaivém do tempo, mas sem confundir o espectador. Dá para adiantar: no presente, Eva Khatchadourian (Tilda Swinton) vive acuada e está à procura de emprego. Sem marido nem amigos, ela encontra uma vaga como digitadora numa agência de viagens. Nas ruas, costuma receber olhares enviesados ? isso quando não leva um tapa na cara de estranhos. Motivo: Eva é mãe de Kevin, preso por uma barbárie. A história, então, acomoda-se no passado para enfocar o começo de tudo (110min). 16 anos. Estreou em 27/1/2012. Estação Sesc Botafogo 2, Estação Sesc Laura Alvim 2.

✪✪✪ PROTEGENDO O INIMIGO, de Daniel Espinosa (Safe House, EUA/África do Sul, 2012). Visto recentemente como o super-herói de Lanterna Verde, o versátil Ryan Reynolds assume aqui o papel do novato agente da CIA Matt Weston. Sediado na Cidade do Cabo, na África do Sul, ele passa o tempo sem ter o que fazer e sonhando em arranjar um posto em Paris, para onde, em breve, irá sua namorada. Mas está para surgir uma árdua tarefa para o rapaz. Tobin Frost (Denzel Washington), um agente desaparecido há anos, foi localizado e existem fortes suspeitas de traição ? ele teria passado informações sigilosas a inimigos terroristas. Conforme aponta o título nacional, caberá a Weston proteger Frost das pessoas que o querem morto. Conforme o tempo passa, a relação entre eles se estreita. E, com boa lábia, Frost vai tentar persuadir o ingênuo colega a passar para seu lado. De origem chilena, o diretor sueco Daniel Espinosa estudou cinema na Dinamarca e, em sua estreia em Hollywood, não decepciona ? uma perseguição pelas ruas da Cidade do Cabo atinge o ponto alto da produção. Com Vera Farmiga e Sam Shepard (115min). 14 anos. Estreou em 16/3/2012. Protegendo o Inimigo: Cinemark Botafogo 3, UCI New York City Center 6, UCI Kinoplex Norte Shopping 8.

✪✪✪ RAUL – O INÍCIO, O FIM E O MEIO, de Walter Carvalho (Brasil, 2011). Documentário. Premiado diretor de fotografia, Walter Carvalho (Central do Brasil) foi atrás da trajetória do baiano Raul Seixas (1945-1989). Cronologicamente, o realizador vai do nascimento à morte de Raul. Volta à Bahia para mostrar o fascínio do cantor por Elvis Presley na adolescência e o surgimento de Raulzito e Os Panteras, seu primeiro disco, gravado em 1968, no Rio de Janeiro. O sucesso, contudo, veio a partir dos LPs Krig-Ha Bandolo! (1973), com Metamorfose Ambulante e Ouro de Tolo, e Gita (1974), trazendo, além da faixa-título, Medo da Chuva e Sociedade Alternativa. Persistente, Carvalho chegou a duas ex-esposas, três ex-companheiras, três filhas e um neto de Raul. Entre outros, o escritor Paulo Coelho, os jornalistas Pedro Bial e Nelson Motta, e os cantores Marcelo Nova e Caetano Veloso dão depoimentos. Há ainda achados, como Cláudio Roberto, coautor de Rock das Aranhas e Cowboy Fora da Lei, e Edy Star, integrante do disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, de 1971. Muitas imagens-relíquia também estão presentes, entre elas cenas do obscuro filme em super-8 Contatos Imediatos do Quarto Graal, em louvor ao satanismo. Levado em narrativa hipnótica, o documentário tem algumas apelações, como fazer sua humilde secretária voltar ao apartamento onde ele foi encontrado morto. Talvez sejam tentativas de comover a plateia. Mas só de ouvir as canções do Maluco Beleza os espectadores já se emocionam (120min). 14 anos. Estreou em 23/3/2011. Cinemark Downtown 11, Cinemark Plaza Shopping 2, Cinépolis Lagoon 1, Espaço Itaú de Cinema 2, Kinoplex Nova América 2, Kinoplex Tijuca 3, Odeon Petrobras, UCI New York City Center 5.

✪✪✪✪✪ A SEPARAÇÃO, de Asghar Farhadi (Jodaeiye Nader az Simin, Irã, 2011). Na primeira cena do drama, o casal Simin (Leila Hatami) e Nader (Peyman Moadi) está de frente para um juiz. Ela precisa do divórcio para se mudar de país com Termeh (Sarina Farhadi), a filha adolescente. Como ele se recusa a assinar os papéis, o caso fica sem conclusão. Nader não quer sair do Irã e deixar seu pai, debilitado pela doença de Alzheimer. Na sequência seguinte, Simin faz as malas e volta a morar com sua família e Nader contrata Razieh (Sareh Bayat) para cuidar do velho doente. Sem nenhuma experiência como enfermeira, Razieh tenta ajudar o marido desempregado (Shahab Hosseini) nas despesas. Um descuido dela vai desencadear uma série de segredos, mentiras e mal-entendidos. Vencedora do Globo de Ouro e do Oscar de melhor filme estrangeiro, a fita do mesmo diretor do já surpreendente Procurando Elly (2009) saiu do Festival de Berlim 2011 com o Urso de Ouro e o Urso de Prata para os quatro protagonistas (Leila, Sareh, Moadi e Hosseini). Todas as recompensas têm justificativa. O enredo, plural e realista, faz emergir um magnífico tratado das relações humanas. É como se, a cada reviravolta, o rea­lizador exigisse da plateia uma posição sobre os variados assuntos (123min). 12 anos. Estreou em 20/1/2012. Estação Sesc Botafogo 3, Estação Sesc Laura Alvim 3.

✪✪ SHAME, de Steve McQueen (Shame, Inglaterra, 2011). O drama não deixa dúvida: Michael Fassbender é um dos melhores e mais badalados atores da atualidade. Quentin Tarantino o projetou para o mundo em Bastardos Inglórios (2009) e, de lá para cá, esse astro nascido na Alemanha e criado na Irlanda vem somando um trabalho melhor do que o outro. Embora mais conhecido como o jovem Magneto de X-Men ? Primeira Classe, Fassbender foi o protagonista de Centurião (2010) e dos ainda inéditos Jane Eyre e Um Método Perigoso. Aqui, agarra como poucos um papel polêmico, difícil e tenso. Ele é Brandon Sullivan, um cara que mora em Man­hattan e, viciado em sexo, aproveita a companhia de prostitutas ou de namoradas de uma só noite. Sullivan até tenta, mas, na ânsia de ter uma mulher fixa, perde o desejo. Para atrapalhar essa vida solitária, Sissy (Carey Mulligan), sua irmã mais nova, aparece para passar uma temporada no seu apartamento. O segundo trabalho do ator com o diretor Steve McQueen (o primeiro foi o inédito Hunger, de 2008) traz um tema bastante atraente e dois atores muito corajosos ? tanto Fassbender quanto Carey aparecem em nu frontal sem pudores. Mas, embora o realizador consiga fazer a plateia compartilhar o prazer nauseante do protagonista, o assunto não vai além da especulação (101min). 18 anos. Estreou em 16/3/2012. Espaço Itaú de Cinema 3, Estação Sesc Botafogo 3, Estação Sesc Laura Alvim 1.

✪✪✪ W.E. – O ROMANCE DO SÉCULO, de Madonna (W.E., Inglaterra, 2011). A cantora Madonna virou diretora de cinema. Filth and Wisdom (2008), seu primeiro filme, nem sequer passou pelo Brasil. Sua segunda investida atrás das câmeras foi igualmente tratada com desdém no Festival de Veneza do ano passado. Não era para tanto. Este drama romântico pode ter alguns momentos pretensiosos, mas, no fim das contas, resulta num longa-metragem envolvente. Parte da trama foi abordada em O Discurso do Rei. Em 1936, o rei britânico Eduardo VIII (1894-1972), interpretado por James D?Arcy, abdicou do trono em favor de seu irmão, Bertie, o gago. O motivo: Edward estava apaixonado por Wallis Simpson (1896-1986), papel de Andrea Riseborough, uma americana casada pela segunda vez e de comportamento muito liberal para os padrões da realeza. O roteiro faz um paralelo dessa história do passado com o amargo cotidiano de Wally (Abbie Cornish) na Nova York de 1998. Essa dona de casa, infeliz no casamento e fascinada pelo amor do duque e da duquesa de Windsor, se vê diante de um impasse afetivo ao ser paquerada por um segurança russo (Oscar Isaac). Além de servir-se de registros documentais de época, Madonna, em leve tom feminista, busca na figura de Wallis o exemplo de uma mulher à frente de seu tempo, o oposto da Wally contemporânea. Sem se perder no vaivém da narrativa, a realizadora mantém-se firme no propósito de apostar no romantismo (119min). 14 anos. Estreou em 9/3/2011. Estação Sesc Laura Alvim 1.

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