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Cientistas da UFRJ se preocupam com presença da geosmina em água no Rio

Pesquisadores recomendam medidas de saneamento para diminuir o problema, que voltou a ser percebido por consumidores neste ano

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
13 abr 2021, 11h33
A imagem mostra uma torneira jorrando água
Água: concessionária programa nova data para os reparos (Katja Just/Pixabay/Reprodução)
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Um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) demonstrou preocupação com a continuidade da presença da substância geosmina na água distribuída pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) aos 9 milhões de clientes da Região Metropolitana do Rio. Desde o verão de 2020, os consumidores têm percebido o sabor e o odor parecidos com os de terra na água distribuída.

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Embora a qualidade da água tenha melhorado nos meses chuvosos ao longo do ano passado, pela diluição natural do elemento na água captada pela Cedae junto ao Rio Guandu, novamente o fenômeno voltou a se manifestar no verão de 2021 e perdura durante o início do outono. Os pesquisadores da UFRJ recomendaram diversas medidas para diminuir o problema.

Entre as sugestões, destaca-se o investimento em ações de longo prazo, pois os cientistas afirmam que é grande a probabilidade de o problema vir a ocorrer novamente em um futuro próximo. O destaque é o investimento em projetos de saneamento básico e tratamento de esgotos. A água captada pela Cedae na Estação de Guandu passa antes por diversos municípios, a maioria deles sem tratamento na descarga de efluentes, tanto de esgotos residenciais quanto de material liberado por indústrias instaladas às margens dos rios da região.

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“Projetos de saneamento básico e tratamento de esgotos são fundamentais e precisam ser implantados, sendo necessário também mensurar a eficiência desses processos. Esse problema crônico tem reflexos altamente negativos na economia e na saúde pública, e está diretamente relacionado com a perda da qualidade da água de nossos mananciais, aumentando o risco e a vulnerabilidade das populações humanas”, alertaram os pesquisadores.

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Segundo eles, em caráter emergencial, outras alternativas de tratamento da água também devem ser consideradas, como oxidação avançada ou uso de carvão ativado, que jogado à água captura moléculas poluidoras.

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Cedae

Procurada para se manifestar sobre a preocupação externada pelos cientistas da UFRJ, a Cedae respondeu, em nota, que a presença da geosmina na água não causa nenhum dano à saúde do consumidor. Contudo, reconheceu que, mesmo em pequenas quantidades, pode alterar o gosto e o cheiro.

Para eliminar estas alterações, a empresa informou que vem adotando, desde o ano passado, uma série de ações, como a aplicação de argila lantânica na chamada Lagoa Grande, formada antes da captação da água na Estação do Guandu, e a aplicação de carvão ativado na entrada de água da estação.

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Referente ao elemento lantânio, que é lançado à água para sequestrar o fósforo presente, decorrente da poluição e que alimenta as algas que produzem a geosmina, a Cedae disse que o lantânio não é um material pesado e que a concentração utilizada não causa mal à saúde pública.

A companhia sustentou que a solução definitiva para o problema será a construção de uma barragem, com prazo de execução de dois anos, para separar a água do Rio Guandu dos rios Ipiranga, Queimados e Poços, mais poluídos, a um custo aproximado de R$ 132 milhões. De acordo com a Cedae, a licitação da obra está marcada para o dia 1º de junho próximo.

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