Carta ao leitor: de Rita Lee a onda rastafari, inspirações in Rio
A edição desta semana traz ainda iniciativas de combate à violência de gênero em solo fluminense e brinda a chegada do inverno com novidades quentinhas

Durante a ditadura militar, uma mulher corajosa tinha muito a dizer – e não poupava os conservadores de choque e provocação. Nos versos de Lança Perfume (1980), ela pedia: “Vê se me dá o prazer de ter prazer comigo / Me aqueça / Me vira de ponta- cabeça / Me faz de gato e sapato / E me deixa de quatro no ato / Me enche de amor”. Era Rita
Lee (1947-2023), dona de uma perspicácia e irreverência típicas dos gênios, como lembra Mel Lisboa, que a interpreta no musical prestes a estrear na cidade.
Ícone da cultura brasileira, Rita conquistou reconhecimento ainda em vida e, dois anos após sua morte, segue colecionando homenagens. Só em maio, dois filmes sobre ela foram lançados. Ritas, dirigido por Oswaldo Santana, tornou-se o documentário mais visto nos cinemas brasileiros em 2025. Em 2026, a Mocidade Independente de Padre Miguel levará à Sapucaí o enredo Rita Lee, a Padroeira da Liberdade. Como mostra a reportagem de capa, assinada por Kamille Viola, o legado da artista segue firme, atravessando gerações e inspirando novas formas de expressão.
A edição desta semana também traz as importantes iniciativas de combate à violência de gênero em solo fluminense e brinda a chegada do inverno com novidades quentinhas: de programas para a estação e quitutes juninos à onda rastafári, que renova seu fôlego e espalha paz e amor por ruas e palcos. Nas artes plásticas, celebramos o centenário de Eduardo Sued, mestre da abstração geométrica, que comemora 100 anos em plena atividade, com direito a uma grande exposição no Leblon. O Rio segue cheio de bons exemplos para nos inspirar. Boa leitura!