Carta ao leitor: a batalha de milhões em torno do Cristo Redentor
Esta edição traz também a chegada do Mundial de Ginástica Rítmica ao Rio e a estratégia da Globo de atrair nomes da música para reforçar novelas - e a audiência

Vista do asfalto, a imagem é de paz: braços abertos, iluminado com cores que celebram causas e datas especiais quando cai a noite. Mas, nos bastidores, o clima está longe da serenidade que o Cristo Redentor simboliza. Em jogo, o controle de um quinhão mínimo do Parque Nacional da Tijuca, onde se ergue o monumento mais famoso do Brasil e por onde circularam 2,3 milhões de visitantes em 2024.
Por trás da vista deslumbrante e dos milhões gerados na bilheteria, trava-se uma disputa entre o ICMBio, responsável pelo parque, e a Arquidiocese do Rio de Janeiro, que administra o santuário. No mais recente capítulo, a Justiça deu vitória ao órgão ambiental, reafirmando que a posse das lojas no entorno da estátua é da União. Mas a Igreja, que quer ampliar sua autonomia e sua fatia nos lucros, conta com aliados no Congresso e projetos de lei em andamento para tentar virar o jogo. Nossa reportagem de capa mergulha nos bastidores desse embate que mistura fé, política e dinheiro na gestão de um dos maiores cartões-postais do mundo.
Enquanto isso, o trânsito revela outra face dura da cidade: oitenta motociclistas sofrem acidentes todos os dias no Rio, pressionando a rede hospitalar. Orgulho e festa vêm de outro cenário – o Rio sedia pela primeira vez o Mundial de Ginástica Rítmica, com número recorde de países participantes. Já na TV, especialistas destrincham a estratégia da Globo de atrair nomes da música para reforçar as novelas e a audiência, que não se concentra mais apenas na frente da telinha. E, acompanhando o aumento da expectativa de vida, destacamos as empresas cariocas que apostam na longevidade como diferencial competitivo. Boa leitura!
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