Do lixo ao luxo: catadora que brilhou na literatura chega à Sapucaí
Unidos da Tijuca vai homenagear Carolina Maria de Jesus, que narrou o cotidiano da favela e a realidade de fome e preconceito que vivia em papeis que catou

No ano em que o Rio é a Capital Mundial do Livro, honraria que se estende até abril de 2026, a Unidos da Tijuca entra na Passarela do Samba de páginas abertas. A azul e amarela vai levar para a Sapucaí o enredo Carolina Maria de Jesus, uma homenagem à escritora negra mineira (1914-1977) que viveu boa parte da vida em São Paulo, sustentando três filhos como catadora de papel – matéria-prima da obra que a fez conhecida no mundo. Era em cadernos encontrados no lixo, que ela narrava o cotidiano da favela e a realidade de fome e preconceito racial que vivia.
+ Cobal renovada: unidades Humaitá e Leblon recebem obras de infraestrutura
+ Temporada junina eleva em 40% casos de queimaduras na rede municipal
O material virou a primeira das cinco obras publicadas em vida, Quarto de Despejo: Diário de uma favelada (1960), que vendeu cerca de 10 000 exemplares em uma semana e foi traduzido para 13 idiomas, sendo distribuído em mais de 40 países.

+ Rio conta com primeira cachoeira acessível a deficientes; veja onde
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
“São várias carolinas espalhadas pelo Brasil”, observa o carnavalesco Edson Pereira, que fez questão de manter o nome dela como título do desfile da agremiação tijucana, o último da segunda, 16 de fevereiro, para que ele nunca seja apagado da História: “Uma das obrigações das escolas de samba é levar cultura às pessoas”. Outras duas mulheres de peso terão suas biografias exaltadas na Avenida no próximo Carnaval: Rosa Magalhães
(Salgueiro) e Rita Lee (Mocidade).