Cariocas e turistas se rendem às bicicletas para circular pelo Rio
Expansão de ciclovias e programa de compartilhamento consolida o uso da magrela pela cidade
Cariocas e turistas descobriram a paixão de curtir a cidade sobre duas rodas. O Rio é hoje o município com a maior extensão de ciclovias da América Latina: sua malha cicloviária passou de 150 km, em 2009, para os atuais 380 km, com meta de atingir 450 km até 2016, distribuídos em todas as regiões da cidade. A meta foi estabelecida como forma de comemoração pelos 450 anos da cidade, que serão comemorados em março de 2015.
Abraçado por cariocas e turistas, o programa de compartilhamento de bicicletas Bike Rio também se expandiu e, de 2013 para cá, registrou um crescimento de cerca de 35%. Desde o lançamento do programa, há pouco mais de três anos, já foram realizadas mais de 4 milhões e 300 mil viagens nas “laranjinhas”, como foram apelidadas pela população. Considerando a média de 2.7 quilômetros por viagem, as magrelas já rodaram mais de 11.610.000 quilômetros, equivalente a mais de 291 voltas ao redor da terra. O Bike Rio conta hoje com mais de 216 mil usuários cadastrados que, nos últimos três meses, concluíram uma média de aproximadamente 7.000 viagens diárias.
Lançado em 2011 com 600 bicicletas distribuídas em 60 pontos, o projeto hoje contempla 2000 bicicletas divididas em 200 estações, colaborando com uma cidade mais sustentável a cada dia. As bicicletas são disponibilizadas em pontos estratégicos da cidade, caracterizando-se com uma solução de meio de transporte que facilita o deslocamento de pessoas nos centros urbanos. Estão previstas ainda a instalação de 60 novas estações com mais 600 magrelas no primeiro semestre de 2015. O Bike Rio é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura do Rio de Janeiro executado através de Termo de Concessão de Uso da Serttel em parceria com o banco Itaú e o sistema de bicicletas SAMBA.
Mas nem só de bicicletas compartilhadas é feito o sucesso das magrelas pela cidade. Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que mantém o Programa Rio Capital da Bicicleta para fomentar o uso do veículo como meio de transporte cotidiano, são registradas mais de 1,5 milhão de viagens por dia no Rio, tanto para pequenos deslocamentos como para o uso por parte do comércio na realização de entregas domiciliares e prestações de serviço.
Anteriormente vislumbradas apenas como forma de lazer, as ciclovias se concentravam nas avenidas beira mar e nos parques urbanos, muito frequentados nos finais de semana. Pensando na mobilidade urbana da cidade e em alternativas de transporte, há um número cada vez maior de bicicletários instalados em estações de BRT’S, Metrô, trens, barcas e na rodoviária, permitindo que o cidadão saia de casa pedalando ou alugue uma bicicleta para se deslocar até esses locais e possa seguir seu trajeto em um transporte coletivo – evitando, assim, o uso do carro.
Copacabana é o bairro da Zona Sul com maior extensão de ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhadas e Zonas 30 Km. No total, são 21,7km de áreas para os ciclistas – muitíssimo exploradas pelos turistas que as utilizam para curtir as belezas da Princesinha do Mar. Mas o bairro também é campeão no uso das magrelas para a entrega de produtos a domicílio e prestação de serviços realizadas pelos estabelecimentos comerciais locais:
– Um grade exemplo da revolução que a bicicleta está fazendo na cidade é o bairro de Copacabana. Em poucos minutos é possível ver, em todas as ruas, um grande volume de entregas às residências. Segundo a ONG Transporte Ativo, são realizadas mais de 13 mil entregas por dia, que vão desde cachorros vindos dos pet shops, passando por alimentos, remédios e chegam até a colchões. A ausência das motos neste serviço apresentou uma mudança significativa na qualidade do ar, comparando 2013 e 2014 – afirma Altamirando Moraes, subsecretário municipal de Meio Ambiente.