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Diogo Franco ajuda a fazer cirurgias labiais em pessoas carentes

O cirurgião plástico é voluntário da Operação Sorriso, atende pacientes com fissuras labiopalatinas

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 5 dez 2016, 11h06 - Publicado em 27 ago 2016, 01h00
FELIPE FITTIPALDI
FELIPE FITTIPALDI (Felipe Fittipaldi/)
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Há dezesseis anos, o cirurgião plástico Diogo Franco foi convidado para participar, como voluntário, de uma das missões da ONG americana Operation Smile — que atende pessoas carentes com fissuras labiopalatinas, como lábio leporino (lábios abertos) e fendas palatinas (céu da boca aberto). O médico viajou para Natal (RN) e ficou tão encantado com a experiência que entrou no projeto de corpo e alma. “Acabei ajudando a estruturar a Operação Sorriso brasileira e, há cerca de sete anos, faço parte do conselho da instituição”, conta o cirurgião, especialista em más-formações congênitas e reconstrução mamária. 

Os atendimentos costumam ser feitos em áreas carentes, como Mossoró (RN), onde Diogo esteve neste mês. “Tínhamos a expectativa de operar quarenta crianças, mas aumentamos esse número para 53. E foi muito bacana. Havia um menino de 10 anos que mantinha os cabelos compridos para poder esconder o rosto. Depois da cirurgia, ele os cortou, cumprindo uma promessa da avó”, relata. 

“Nosso trabalho devolve o sorriso, a autoestima e a perspectiva de inclusão social”

Diogo gosta de ressaltar que a cirurgia é apenas o ponto-chave do processo, mas que os pacientes precisam de muito mais. “Formamos um grupo multidisciplinar, com fonoaudiólogos, dentistas, psicólogos. Viajamos com cerca de 100 pessoas e ficamos entre cinco e sete dias em cada local”, conta o médico. Nos dois primeiros dias, é feita uma avaliação dos pacientes; nos dias restantes, as cirurgias. Um pequeno grupo fica para acompanhar o pós-operatório, até a retirada dos pontos. Seis meses depois, outra equipe retorna para a avaliação final. 

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O atendimento funciona da seguinte forma: um médico, o representante de uma associação de moradores ou até mesmo o governo local entra em contato com a organização, que avalia se realmente há demanda. “Verificamos se o atendimento é viável, porque precisamos de alimentação, hospitais e até alojamentos, porque muitos pacientes moram longe e, como são bastante necessitados, não têm como ir até nós e voltar para casa”, diz Franco, que neste ano ainda visitará Santarém, Fortaleza e Porto Velho. “É muito gratificante, e isso dá vontade de retornar sempre. Nosso trabalho devolve o sorriso, a autoestima e a perspectiva de inclusão social. Conquistar um emprego, um namorado ou passar um batom ganha outro significado para quem deixa de carregar uma marca no rosto”, finaliza o cirurgião, que foi aluno do mestre Ivo Pitanguy.

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