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Carioca Nota 10: Tom Ashe

O trompetista Tom Ashe dá aula de teoria e prática musical a crianças das favelas de Santa Teresa

Por Felipe Carneiro
Atualizado em 5 dez 2016, 14h02 - Publicado em 14 nov 2013, 19h34
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  • As tardes no Largo do França, em Santa Teresa, se tornaram mais musicais de um ano para cá. É ali que fica o Centro de Acolhida Missionária, instituição onde o trompetista britânico Tom Ashe ensina 26 crianças de 7 a 14 anos das favelas Pereirão, Fallet e Fogueteiro a tocar instrumentos de sopro ? trompete, trombone, bombardino e tuba ? e a ler partituras. “As escolas de samba acabaram gerando uma infinidade de exímios percussionistas mirins, mas a tradição de metais que vinha desde os anos 40 se perdeu com o tempo”, explica Ashe, 34 anos, em um português vacilante. Disposto a recuperar esse patrimônio sonoro e imbuído de uma vontade de ajudar a melhorar a vida da meninada nas comunidades das redondezas, resolveu ensinar o bê-a-bá do cancioneiro carioca. Fazem parte da iniciação dos pequenos canções como Cabeleira do Zezé, Asa Branca, Rap da Felicidade e a preferida da turma, Mulata Ye Ye Ye. “Eu perguntei a eles o que gostavam de ouvir, e eles responderam: ?Bonde das Maravilhas?”, conta Ashe, que ficou horrorizado ao conhecer o grupo de moças que popularizou a dança erótica do quadradinho de oito. “Acabei buscando músicas de Carnaval, que todos conhecem.”

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    “É muito gratificante ver as crianças compartilharem o amor pela música”

    Apaixonado por samba, o trompetista decidiu trocar a Europa pelo Rio há seis anos como forma de aprimorar in loco seus conhecimentos musicais. Atualmente, vive de shows com as duas bandas de jazz em que atua. O projeto das aulas é tocado com as dificuldades inerentes a esse tipo de atividade. Na falta de instrumentos novos para os alunos, por exemplo, ele costuma trazer da Inglaterra peças de segunda mão. Para custear a empreitada, Ashe organizou o que chama de Curry Clube. Todas as quartas, ele prepara comida indiana e abre sua casa, no Pereirão, para uma média de trinta comensais, que pagam 20 reais cada um. É trabalhoso, mas ele garante que o resultado é gratificante. “Eu achava que uns três alunos de cada dez se interessariam em aprender a tocar e a ler partituras, mas, surpreendentemente, todos estão empolgadíssimos. É muito bom ver as crianças compartilharem o amor pela música.”

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