Carioca Nota 10: Daniel Azulay
O desenhista Daniel Azulay criou um projeto social que leva arte e educação a crianças de baixa renda
Com óculos arredondados e um sorriso inconfundível, o desenhista Daniel Azulay é uma das principais referências quando se trata de educar com arte. Criador da divertida Turma do Lambe-Lambe, que passou pela TV e por revistas em quadrinhos e completa quarenta anos em 2014, e apresentador de programas educativos nas décadas de 70 e 80, o ex-advogado é responsável por um projeto destinado a crianças e adolescentes carentes. Criado em julho de 2000, o Crescer com Arte nasceu dos inúmeros pedidos de bolsas de estudo que ele recebia em sua escola de desenho. Com base no que chama de alfabeto visual, didática que estimula o desenvolvimento da coordenação motora e reprodução de desenhos através da observação, ele então gravou seus ensinamentos no formato de videoaulas, que foram divididas em dois módulos com vinte temas cada um.
“A atividade artística estimula a associação de ideias, o desenvolvimento da criatividade e a compreensão do que é certo ou errado”
Aplicados em mais de vinte escolas, fundações e lonas culturais do estado e com cerca de 5?000 crianças já beneficiadas, os programas são expostos por um orientador no local, devidamente treinado pelos coordenadores do projeto, que atuam ao lado de Daniel e sua mulher, Beth Azulay. Para ajudar a desenvolver os temas propostos, que vão desde partes do corpo humano até paisagens turísticas e o fundo do mar, cada aluno recebe uma maleta com seus instrumentos de trabalho: lápis de cor e de cera, hidrocores, tesoura, cola e apontador. “A atividade artística estimula a associação de ideias, o desenvolvimento da criatividade e a compreensão do que é certo ou errado”, defende o artista plástico de 66 anos. “É assim que se aprende a sonhar e a projetar seus ideais.” Como resultado, o programa trouxe uma melhora na caligrafia e na capacidade de aprendizado e memória dos estudantes, reafirmando a bandeira de seu criador: “Criança que desenha não passa a infância em branco”.