Calor do verão carioca faz atendimentos do Samu subirem 34%
Rio tem estado entre as três capitais mais quentes do país e fechou janeiro com déficit de -67,2 mm, abaixo da média histórica do mês

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) registrou em janeiro, só no município do Rio, uma média de 34% de aumento nas ligações recebidas durante os dias mais quentes. Entre os dias 1º e 30 do mês, o serviço atendeu, em média, 1.775 ligações diárias. Mas especificamente entre 16 e 22, quando os termômetros subiram, a média chegou a 2.379 chamadas por dia. No período, as principais queixas foram sintomas neurológicos, cardiovasculares e quedas.
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Desde o início de fevereiro, o Rio tem estado entre as três capitais mais quentes do país. Apesar de alertas de chuvas isoladas em quase todos os dias de janeiro, choveu abaixo da média no município. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) compilados por Carlos Dias, do serviço Dados Meteorológicos Brasil, mostram que a capital fluminense fechou janeiro com déficit de -67,2 mm, abaixo da média histórica do mês, chegando a niveis dignos de outras capitais conhecidas pela secura e calor, como Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS). Sem chuva, a cidade permanece no nível três de calor e mantém temperaturas altas para os próximos dias. Isso porque a intensificação de um sistema de alta pressão atmosférica sobre parte da Região Sudeste do país causou a diminuição de nebulosidade e das condições de chuva, o que facilitou a elevação da temperatura. Também não tem havido influência do ar fresco das frentes frias.
O fim de semana ainda será com muito sol e calor em todas as regiões do estado, segundo o Climatempo, mas a passagem de uma frente fria em alto-mar faz com que o vento marítimo se intensifique. A umidade aumenta e mais nuvens vão se formar, podendo ocorrer algumas pancadas de chuva no fim do dia, principalmente no domingo. Estas pancadas poderão ocorrer também na cidade do Rio, mas serão isoladas e passageiras.
“Os efeitos das altas temperaturas são graves e podem levar à morte”, adverte Luciane Velasque, superintendente de informações estratégicas em saúde da Secretaria estadual de Saúde (SES-RJ). As altas temperaturas são acompanhadas pela secretaria, que disponibiliza diariamente no painel Monitora RJ as análises sobre excesso de calor, a partir das previsões do Banco Nacional de Dados Meteorológicos (BNDMET). A diferença entre as demais análises é que o painel da SES-RJ apresenta os impactos das altas temperaturas na saúde e faz uma avaliação dos riscos com antecedência de cinco dias. “Nossa intenção com o novo painel é apontar caminhos não só para os municípios do RJ se prepararem, mas também para que a população possa se proteger. O aumento dos atendimentos do Samu nos dias mais quentes de janeiro é um indicador de que o excesso de calor tem relação direta com a saúde da população”, reforça Luciane. A ferramenta está disponível dentro do https://monitorar.saude.rj.gov.br e apresenta quatro níveis: sem excesso de calor, excesso
de calor leve, severo ou extremo.
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A coordenadora-geral do SAMU-RJ, coronel Bárbara Alcântara, reforça as medidas de proteção para os dias mais quentes: “O excesso de calor pode motivar a alta nos atendimentos. Por isso, a observação desses eventos nos permite redobrar os cuidados. É importante se hidratar, evitar exposição prolongada ao sol e buscar abrigos térmicos, quando possível”, orientou. As Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e hospitais estaduais estão abertos 24 horas por dia para atender aos casos relacionados ao calor. “Em dias de calor, é fundamental que os pais estejam atentos aos sinais que o corpo da criança apresenta, como transpiração intensa, fraqueza, tontura, náuseas e dor de cabeça. Confusão mental, pele muito vermelha, pálida ou úmida, diarreia e vômitos são sinais de alerta que exigem atenção imediata. Caso seu filho apresente esses sintomas, o primeiro passo é oferecer água, mantê-lo em um ambiente fresco e buscar atendimento médico imediato”, orienta.