Caso do brigadeirão: perícia encontra morfina em corpo de empresário morto
Substância é o princípio ativo do remédio que a namorada de Luiz Marcelo Ormond comprou dias antes; também havia quantidades de Clonazepam
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) aponta que o administrador de imóveis Luiz Marcelo Ormond, suspeito de ter sido morto pela namorada com um brigadeirão envenenado, tinha no estômago resíduos de Clonazepam, 7-Aminoclonazepam, morfina e cafeína. O documento, obtido pelo Bom Dia Rio, da TV Globo, não especifica a quantidade dessas substâncias nem afirma se a presença delas causou a morte do empresário — apenas informa o que foi encontrado no trato estomacal. A polícia espera concluir o que matou Ormond nos próximos dias.
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A Polícia Civil acredita que ele morreu ao ingerir um brigadeirão com 60 comprimidos de Dimorf triturados. A morfina é o princípio ativo do remédio, de tarja-preta, indicado para o alívio de dores intensas, que a namorada, a psicóloga Júlia Andrade Carthemol Pimenta, comprou utilizando retenção da receita no dia 6 de maio. Ela apresentou pagou R$ 158 pelo medicamento. Os investigadores acreditam que Ormond morreu em 17 de maio, mas seu corpo foi encontrado no dia 21, em adiantado estado de decomposição, em seu apartamento.
O Clonazepam é um ansiolítico para o tratamento de distúrbios epilépticos e de pânico ou depressão. Já o 7-Aminoclonazepam é um metabólito, o resíduo que fica depois que o organismo aproveita a parte útil do remédio. Na necrópsia do corpo de Ormond, peritos já haviam encontrado um “líquido achocolatado” no estômago do empresário.
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Até o momento, duas pessoas foram presas pelo crime: além de Júlia, que se entregou na noite de terça (4), e Suyany Breschak, a cigana apontada pela polícia como a mandante do crime. A investigação aponta que Júlia agiu a mando de Suyany. “A Júlia tinha uma grande admiração, uma verdadeira veneração pela Suyany”, destacou o delegado Marcos Buss, titular da 25ªDP (Engenho Novo). Segundo ele, a cigana instruiu a namorada de Ormond a comprar e a moer o Dimorf para acrescentar no brigadeirão. “A própria Suyany teria procurado informações sobre a aquisição de tal medicamento”, detalhou ele. Julia teria contraído uma dívida de R$ 600 mil com Suyany por trabalhos espirituais.