Durante a cúpula dos Brics, Força Aérea vai equipar caças com mísseis

Aeronaves sem autorização para pouso ou que invadirem áreas restritas estarão sujeitas a interceptação; 670 pessoas vão cuidar da defesa aeroespacial no evento

Por Da Redação
2 jul 2025, 12h27
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidentes dos países amigos do BRICS, posam para foto oficial após a reunião do grupo, no Sandton Convention Centre, em Joanesburgo.
Brics: Rio será sede da reunião dos líderes do grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico  (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação)
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Pela primeira vez em 9 anos, desde as Olimpíadas de 2016, a Força Aérea Brasileira  utilizará mísseis acoplados nos aviões caças nas operações de segurança, durante a Cúpula do Brics. O evento reunirá chefes de estado, chanceleres e assessores de alto nível dos países-membros e ocorrerá nos próximos dias 6 e 7, no Rio. Aeronaves que não
tiverem autorização para pouso ou invadirem áreas restritas estarão sujeitas a interceptação e até mesmo a possibilidade de abate. As regras para utilização do espaço aéreo e as ações de defesa previstas para o evento foram divulgadas pela FAB nesta terça (1º). A quantidade de aeronaves empregadas não foi informada.

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À TV Globo, o comandante de Operações Aeroespaciais, Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, disse que o objetivo do uso de mísseis é interceptar o quanto antes aeronaves que representem alguma ameaça: “Todas as ações que são tomadas são para nos dar tempo de reação. Durante essas atividades as aeronaves já vão estar no
ar, voando, para evitar esse tempo de reação. Esse tempo decorre de também tentarmos identificar essas aeronaves fora das aglomerações do Rio de Janeiro, para que se essa aeronave tiver que ser impedida do seu vôo, ela possa pousar, sair ou cair em algum lugar onde não tenha aglomerações de pessoas ou não chegue nem próximo do centro do Rio de Janeiro, que é uma preocupação nossa. E dar segurança a todo mundo envolvido na cúpula e na região como um todo”.

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No total, 670 pessoas foram mobilizadas para defesa aeroespacial durante o evento. Entre os modelos de aviões utilizados, estarão os caças F-5M e A-29 – super Tucano, além do KC-390, capaz de fazer reabastecimento em voo; do E-99, aeronave radar, de alerta aéreo, que pode rastrear dezenas de objetos simultaneamente; e do H-60 (Black –
Hawk). “A defesa espacial vai continuar nas nossas fronteiras, no nosso litoral protegendo o nosso país e o nosso espaço aéreo, mas especificamente meios estão sendo levados por que se criou uma área específica para proteção da cúpula dos Brics”, acrescentou Barbacovi. Esse esquema de segurança especial não foi utilizado em outros eventos de grande porte, como na Copa do Mundo, e nem durante o fórum de cooperação econômica internacional, o G20, no ano passado.

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Como no G20, durante o encontro dos Brics o aeroporto Santos Dumont ficará fechado, desde o primeiro minuto de sábado (5) até as 18h de segunda (7). Os voos comerciais foram remanejados para o aeroporto do Galeão, onde não haverá nenhuma interrupção segundo a FAB. “Não haverá impacto para a população porque todos os voos foram remanejados para o Galeão. No domingo o tráfego aéreo no Santos Dumont também é muito pequeno, mas como foi avisado com antecedência as empresas conseguiram remanejar seus voos “, explicou Barbacovi.

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O planejamento das ações é feito pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e junto aos receptivos dos líderes mundiais. As autoridades devem chegar e sair do evento em momentos diferentes como medida de segurança e conforto aos participantes. Durante o Brics também foram criadas três áreas de exclusão, ou seja, onde não é possível voar. Drones poderão voar em locais específicos, desde que tenham autorização e cumpram as regras da aviação.

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Confira quais são as áreas de exclusão:

Área reservada (branca): 150 km

Corresponde a maior parte da região monitorada. Proíbe voos de instrução, turísticos, acrobáticos, experimentais, agrícolas, de drones, parapentes e outros.

Área restrita (amarela): raio de 110 km

Exige plano de voo aprovado pelo órgão de controle de tráfego aéreo, manutenção de comunicações bilaterais em radiotelefonia com o órgão de controle de tráfego aéreo e transponder em funcionamento. É preciso manter o perfil e voo autorizados pelo órgão de controle de tráfego aéreo.

Área de supressão: 1.530 x 965 m² : voo proibido
Somente aeronaves cumprindo missões de apoio à vida humana poderão adentrar. Manter-se ou sair da área de supressão, somente mediante estrita autorização do Comae.

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