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Covid: bar onde fiscal foi insultado tinha 87 kg de alimentos estragados

'Aquelas pessoas defendiam um lugar que vendia comida fora da validade para elas", diz Flávio Graça, superintendente da Vigilância agredido por cliente

Por Cleo Guimarães
6 jul 2020, 13h20

Lá fora, um burburinho com aglomeração de clientes em plena pandemia do coronavírus. Do lado de dentro, 97 quilos de carnes e queijos  impróprios para o consumo, acondicionados sem higiene na cozinha. Era este o cenário no bar e restaurante Praticitá, na Rua Olegário Maciel, na Barra, bem em frente ao local onde um casal aparece hostilizando e quase agredindo o superintendente de educação e projetos da Vigilância Sanitária, Flávio Graça, em cenas exibidas no “Fantástico” deste domingo (5). O bar foi multado e fechado pelos fiscais.

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Educador com mais de 20 anos de experiência como professor universitário em faculdades públicas e privadas na área de medicina veterinária, Flávio estava à frente da operação deste sábado (4), no primeiro fim de semana da retomada das atividades de bares e restaurante da cidade. Ele conta que as imagens de um casal o atacando e questionando a ação de fiscalização em meio à pandemia são frequentes. “Acontece muito. É uma postura irracional e agressiva, as pessoas não acreditam que estamos ali para defendê-las”, diz. “O pior é que neste mesmo bar encontramos quase 100 quilos de alimentos vencidos. Ou seja, aquelas pessoas estavam defendendo um estabelecimento que vendia comida estragada para elas“.

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A fiscalização aconteceu por volta de 22h de sábado (4). Os agentes da Vigilância Sanitária e da Guarda foram hostilizados por frequentadores assim que chegaram ao trecho mais lotado da Olegário Maciel – o lugar é conhecido como “Baixo Barra”, graças à concentração de bares e botequins. A câmera da TV, no entanto, não inibiu um casal que partiu para cima de Flávio. “Você não vai falar com o seu chefe, não?”, perguntou o homem ao superintendente, dando a entender que era ele quem pagava o seu salário. A mulher interrompe a conversa e fala: “A gente paga você, filho”. 

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Flávio conta que nesta hora tentou explicar ao casal que existiam diversas irregularidades no espaço e que os frequentadores não poderiam ficar aglomerados, já que pelo decreto da Prefeitura as mesas devem ficar com pelo menos dois metros de distancia umas das outras. Alterado, o homem, de celular em punho para mostrar que estava gravando tudo, perguntou: “Cadê a sua trena? Eu quero saber como você mediu as pessoas”. Em uma cena que não foi ao ar, o cliente do bar chega a quase encostar, agressivamente, o aparelho no rosto do superintendente. Nesta hora, Flávio o alertou que poderia lhe dar voz de prisão por agressão e desacato. “Foi aí que o chamei de ‘cidadão'”, lembra. O “Fantástico” exibiu a reação da mulher que acompanhava o cliente do bar: “Cidadão, não. Engenheiro civil. Formado e melhor que você”.

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Flávio é mestre e doutor em Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ). “Tenho muito sangue frio. Ele é importante nessas horas”, diz. O superintendente conta que foi intimidado não só pelos clientes, mas também por donos de pelo menos dois bares da Olegário Maciel. “Um rapaz apareceu, muito agressivo, dizendo que era advogado e que era para nós interrompermos a fiscalização”. A intimidação por parte de donos dos estabelecimentos visitados por sua equipe são comuns, e não menos agressivos. “Acontece bastante, eles xingam, tentam nos diminuir, mas não me atinge. Estou fazendo o meu trabalho”.

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