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Atletas 70+ mostram que o esporte pode ser bem mais que aliado da saúde

Respeitar os limites do próprio corpo deve ser a prioridade de esportistas experientes, e as competições são um estímulo à regularidade dos treinos

Por Renata Busch
17 out 2025, 07h56
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Colecionador de medalhas: Paulo Mendes, 78 anos, rema quatro vezes por semana e bate ponto em torneios (Leo Lemos/Veja Rio)
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As vinte medalhas conquistadas pelo administrador de empresas Paulo Mendes, de 78 anos, em competições de canoa havaiana e natação disputadas nos últimos seis anos mostram que nunca é tarde para despontar no esporte.

Morador da Gávea, ele começou a se exercitar aos 40 e, por duas décadas, sua rotina física era voltada para corridas, participando de meias maratonas. Mas o impacto na coluna fez com que, aos 60, trocasse a atividade pelo ciclismo. “Subia em direção ao Cristo ou seguia até o aeroporto Santos Dumont. Também cruzava a Niemeyer e São Conrado, numa média de 30 quilômetros diários”, lembra.

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Depois de dez anos seguindo essa rotina, sofreu um assalto e voltou para casa sem a bike. Por sugestão das filhas, decidiu migrar para a praia. A condecoração mais recente, em setembro, foi o primeiro lugar nos dois quilômetros em mar aberto, na prova Rei e Rainha do Mar, no Leblon, na categoria 75+.

O treino é em equipe, no Posto 5, em Copacabana. “Também remo quatro vezes por semana, na Praia da Glória e em Niterói”, detalha, cheio de fôlego.

Professores de educação física observam que, normalmente, os atletas da terceira idade são mais dedicados e disciplinados do que os jovens. A socialização é outro benefício trazido pela prática. “Nessa idade, é mais difícil fazer amigos e o esporte ajuda muito”, avalia Carlos Chinês, instrutor e atleta de canoa havaiana que treina Mendes desde 2021.

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“Tenho colegas de São Paulo e do Nordeste, e os campeonatos são uma oportunidade de encontrá-los. Viajo até seis vezes ao ano para competir nas duas modalidades”, diz o nadador e remador. É também na água que o atleta  master do Fluminense, Luiz Carlos Langsch Marques, 91, fortalece as amizades.

“Os melhores momentos são quando conciliamos as competições com viagens pelo Brasil e para o exterior”, afirma. Morador de Laranjeiras, começou a nadar aos 11 e participou da primeira prova de 400 metros aos 14. “Na época, a separação não era por idade, mas pela altura do nadador. Cheguei 75 metros depois do primeiro colocado, que era cinco anos mais velho, e é meu amigo até hoje”, diverte-se.

Quem começa a atividade física mais cedo leva vantagem. “É como se esses atletas tivessem uma memória muscular, porque ficam em forma mais rápido. Entretanto, mesmo quem começa tarde tem inúmeros impactos positivos no corpo, na mente, na longevidade, na qualidade de vida, na prevenção e no tratamento de doenças crônicas”, explica o endocrinologista Paulo Lacativa, 50, que integra um time de polo aquático master.

Ele destaca que todas as modalidades podem ser praticadas, mas os médicos devem ser consultados para recomendar a melhor atividade de acordo com o perfil de cada paciente. “Quem sofre de artrose no joelho, por exemplo, pode optar por hidroginástica ou pilates. Já quem tem osteoporose vai se beneficiar da musculação”, orienta. Além disso, avaliar a saúde cardíaca é fundamental. “A idade leva ao aumento das placas de colesterol, que reduzem a irrigação de sangue para o coração, que é muito exigido em alguns exercícios”, explica. Doenças crônicas, como a diabetes, também são levadas em consideração pelos profissionais de saúde.

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Respeitar os limites do próprio corpo deve ser a prioridade dos atletas experientes, e as competições são um estímulo à regularidade dos treinos. Casada há 61 anos com Luiz Marques, a professora de educação física aposentada Lisete Pinto Marques, 83, começou a nadar aos 50 para acompanhar o marido.

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Casal campeão: Luiz, de 91 anos, e Lisete, de 83, marcam viagens de acordo com as disputas master de natação (Leo Lemos/Veja Rio)

Atualmente, a atleta master do Fluminense compete na categoria acima de 80. Apesar dos inúmeros pódios colecionados, a performance não está no topo dos motivos para competir.

“A preocupação é com a disciplina. Procuro treinar pelo Menos quatro vezes por semana”, conta. “É comum vermos atletas master arremessando uma bola achando que ela vai alcançar a mesma distância de quando eram jovens. Entender as próprias limitações é primordial”, aconselha Lacativa, acrescentando que o cérebro não envelhece na mesma velocidade do corpo.

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Paulo Lacativa: qualquer modalidade pode ser praticada, mas o médico deve recomendar de acordo com o perfil do paciente, aponta o endocrinologista (./Divulgação)

“Fora da piscina, faço questão de estimular a mente com desafios próprios para a minha idade”, conta Lisete, que se orgulha de ver que filhos e netos também são adeptos das piscinas, levando adiante o legado familiar. A paixão pelo esporte sempre inspira as novas gerações.

No pódio da saúde

Os cuidados indispensáveis ao se exercitar

Alongamento. As lesões nos 60+ são mais frequentes e demoram a curar. A prática de “esquentar” antes de correr, nadar ou jogar é praticamente obrigatória.

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Hidratação. Com o envelhecimento do corpo, as chances de desidratação aumentam, especialmente em atividades ao ar livre, sob o sol.

Beba bastante água. Frequência cardíaca Pessoas acima de 60 anos devem evitar passar de 130 batimentos por minuto. Portanto, é importante ir devagar e sempre.

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