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“A diversidade fortalece o desenvolvimento”

Secretária de Desenvolvimento Econômico, Fernanda Curdi fala sobre os desafios da pasta, inovação e a força das mulheres na economia fluminense

Por Redação
Atualizado em 19 set 2025, 11h58 - Publicado em 19 set 2025, 11h57
Fernanda Curdi,
 (Fernanda Curdi, secretária de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro. Neemias Gonzaga/Reprodução)
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Primeira mulher a comandar a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (Sedeics), Fernanda Curdi acredita que a valorização da mulher na economia é peça-chave para o crescimento do estado. Bacharel em direito, especialista em administração pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e certificada em PMO pela Escola de Contas e Gestão do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (ECG/TCE-RJ), a secretária reúne no currículo experiências como diretora-geral de administração e finanças do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ) — órgão que chegou a presidir interinamente — e secretária de Gestão Pública e Compras Governamentais de Três Rios (RJ). Atualmente, também é membro do Conselho Estadual do Empreendedorismo Feminino. Em entrevista a VEJA RIO, a gestora fala sobre os incentivos a empreendedores e produtores fluminenses, o legado que pretende construir e o papel do protagonismo feminino no desenvolvimento estadual.

O que significa, em termos de representatividade feminina, ser a primeira mulher a assumir a secretaria? Assumir esse posto é mais do que ocupar um cargo: é a oportunidade de mostrar que as mulheres podem estar em qualquer espaço, inclusive naqueles que, por muito tempo, foram predominantemente masculinos. Esse marco representa a confiança do governador Cláudio Castro no meu trabalho e reforça um compromisso com a valorização da mulher na gestão pública. Estar à frente da pasta me traz orgulho, mas também a responsabilidade de abrir novos caminhos, inspirar e mostrar que a diversidade fortalece o desenvolvimento do estado.

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O estado registrou um recente crescimento histórico no empreendedorismo, especialmente o feminino. Como a secretaria pretende mantê-lo? O empreendedorismo feminino se consolidou como uma das maiores forças econômicas do Rio. Entre janeiro e julho, mais de 22 000 empresas foram abertas por mulheres, um crescimento de 12,8% em relação ao mesmo período de 2024 e que já representa quase metade dos novos negócios em 2025. Acredito que esse movimento seja resultado de políticas como a criação da Secretaria da Mulher, do Conselho Estadual do Empreendedorismo Feminino, do Programa Empreenda + Mulher e do Selo Empresa Amiga da Mulher, que ampliaram crédito, capacitação e redes de apoio. O desafio agora é expandir essas condições para todas as regiões, garantindo inclusão produtiva e inovação.

Quais incentivos as mulheres empreendedoras mais demandam hoje? A maior demanda das empreendedoras hoje é por reconhecimento e oportunidade. Por isso, temos criado um ambiente favorável para que a força produtiva das mulheres se traduza em negócios sólidos e sustentáveis. O Empreenda + Mulher, por exemplo, já alcançou mais de 15 municípios, oferecendo capacitação, consultoria, rodadas de crédito e conversas. Só no último ano, mais de 5 000 mulheres participaram das ações e 80% se declararam mais preparadas para gerir seus negócios. O Selo Empresa Amiga da Mulher também cresceu: de 32 empresas na primeira edição para 64 na segunda, com a meta de dobrar novamente.

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Quais são os maiores desafios para o desenvolvimento econômico do estado atualmente? Vivemos um momento positivo: o PIB estadual chegou a 1,15 trilhão de reais, a balança comercial já acumula superávit de quase 10 bilhões de dólares neste ano, e só em 2025 foram criados mais de 66 000 empregos formais. O desafio é sustentar esse crescimento de forma contínua, com políticas eficazes que cheguem a todas as regiões. Superar o atual cenário de incertezas na economia global exige articulação, inovação e políticas públicas consistentes capazes de proteger nossos produtores, diversificar mercados e fortalecer nossa economia.

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Fortalecer pequenos negócios e desenvolver vocações econômicas regionais estão entre os focos da secretaria. Quais iniciativas têm sido colocadas em prática para estimular esses setores? Temos atuado na estruturação dos Arranjos Produtivos Locais [APLs], com o objetivo de valorizar as vocações regionais e transformar identidade em desenvolvimento econômico. Um exemplo é o trabalho no Vale do Café, em parceria com a Secretaria de Turismo, que tem resgatado tradições fluminenses e conectado turismo, cultura e produção local. Atualmente, o estado possui dez produtos aptos a receber selo de indicação geográfica, o que fortalece a reputação e a identidade da nossa produção regional, gerando valor econômico e renda a milhares de famílias. 

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Quais benefícios a implantação do Centro de Excelência em Fertilizantes deve gerar para o estado? O Rio é pioneiro nessa iniciativa, que deve reposicionar o estado no cenário nacional. O centro ficará no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ] e vai reunir pesquisa, inovação e tecnologia para reduzir a dependência externa de insumos e estimular a produção local. Com portos estratégicos e infraestrutura consolidada, o polo pode se tornar referência na fabricação e distribuição de fertilizantes. Os benefícios são claros: atração de investimentos, geração de empregos qualificados, fortalecimento da cadeia produtiva e maior competitividade para o agronegócio fluminense.

Como a secretaria equilibra crescimento econômico, inovação e sustentabilidade na sua gestão? Acredito que o desenvolvimento só é real quando sustentável. Por isso, temos fortalecido setores estratégicos, como bioeconomia, economia verde, inovação tecnológica e agroindústria sustentável. Um exemplo é o Programa de Simbiose Industrial, que conecta empresas para transformar resíduos em insumos, reduzindo desperdícios e emissões e gerando empregos verdes. Mostramos assim, na prática, que crescimento econômico e sustentabilidade não apenas podem, mas devem caminhar juntos, nos preparando para o futuro.

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Que legado a senhora espera deixar à frente da secretaria? Quero deixar como legado um Rio mais competitivo, moderno e atrativo para negócios, com economia diversificada e cadeias produtivas fortalecidas. Mas, acima de tudo, quero que minha gestão seja lembrada pelo fortalecimento da mulher fluminense, com políticas de empoderamento e equidade que assegurem o protagonismo feminino em todas as áreas. Esse é o caminho para transformar não apenas a economia, mas também a sociedade, com impacto duradouro para as próximas gerações.

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