A dieta da princesa
Popularizado por Kate Middleton, programa de emagrecimento à base de proteínas faz sucesso entre as cariocas que sonham em reduzir as medidas
Não existe fórmula mágica. Para perder peso, ainda não inventaram nada melhor do que uma dura rotina de exercícios e um corte drástico no consumo de alimentos calóricos. Mesmo assim, todos os anos, e em geral durante o verão, surge uma dieta prometendo resultados rápidos. A mais recente é a criada pelo nutricionista francês Pierre Dukan, popularizada no livro Eu Não Consigo Emagrecer, que já vendeu 3,5 milhões de exemplares apenas em seu país. Mais do que o sucesso nas livrarias, o que tem chamado atenção no regime é sua principal garota-propaganda, a princesa Kate Middleton, mulher do príncipe William, herdeiro do trono inglês. Ela adotou o método às vésperas de seu casamento e reduziu o manequim em dois números ? uma conquista que tem mantido desde então, como comprovam suas fotos.
A proposta de Dukan é ambiciosa. Ele sustenta que seu regime leva não só à perda rápida de peso, como permite manter a boa forma por toda a vida. Detalhe: sem restrição na quantidade de calorias. Com tal apelo, a “dieta da princesa”, como é popularmente conhecida, conquistou uma legião de fãs em todo o mundo ? a atriz Jennifer Aniston e a cantora Beyoncé entre elas. O programa se fundamenta em uma alimentação baseada no consumo de proteínas e total restrição a carboidratos. De certa forma, é uma releitura da famosa “dieta de Atkins”, criada pelo médico americano Robert Atkins nos anos 60, que escandalizou médicos do mundo inteiro ao permitir o consumo ilimitado de ovos, carnes gordas, bacon e até creme de leite. A versão moderna é bem menos condescendente e só aceita carne magra, peixe e frango. “Pesquisas científicas já comprovam que os regimes à base de proteína são eficazes na perda rápida de peso. O problema é que não podem ser mantidos indefinidamente”, diz o médico Fabiano Serfaty, do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Rio de Janeiro.
O apelo do emagrecimento rápido é um dos grandes atrativos do programa, dividido em quatro etapas (veja o quadro). A bailarina Danielle Soares Ramos, a Dani Bananinha, assistente de palco no programa Caldeirão do Huck, recorre ao método sempre que ultrapassa a marca de 52 quilos. “Já cheguei a perder 4 quilos em uma semana”, garante, orgulhosa. Em uma eterna briga com a balança desde a adolescência, a atriz Renata Dominguez, a Bate-Seba da minissérie Rei da Davi, a ser exibida pela Record em janeiro, já fez todos os regimes da moda. Hoje, é uma fervorosa adepta do método francês. “Na primeira semana, perdi 2 quilos, o que me deu estímulo para continuar”, conta ela, que, em quatro meses, se livrou de 10 quilos e chegou aos atuais 53. Para se certificar de que a saúde está bem, ela consulta um médico e faz exames periódicos.
Monitorar os efeitos sobre o organismo é uma atitude prudente, principalmente porque esse tipo de dieta não é exatamente um consenso entre os especialistas. Muitos a consideram arriscada para quem tem propensão a problemas cardiovasculares ou renais. “A ingestão excessiva de proteína pode, a longo prazo, causar algum efeito colateral, como cálculos nos rins. Da mesma forma, é prejudicial a quem tem diabetes ou é hipertenso”, explica o presidente da Sociedade de Nefrologia do Estado do Rio de Janeiro, Renato Torres. Apesar de sua aparente simplicidade, o regime pode ser um tormento para quem não é fã de carnes. A promoter Carol Sampaio adotou recentemente o método, mas abandonou-o em pouco tempo. “Desisti no dia em que me vi em uma lanchonete destruindo um hambúrguer apenas para comer a carne do sanduíche”, diz ela. Pois é, as princesas também fazem sacrifícios.