Pesquera e pérolas
Por Marcelo Copello Tive na semana passada um encontro histórico com um autêntico vinhateiro: Alejandro Fernández, fundador da mítica bodega que leva seu nome, mas que é mais conhecida como PESQUERA. Em sua passagem pelo Brasil Fernández, de 78 anos, me deu a honra de uma prova de seus vinhos e um bate papo. Um […]
Tive na semana passada um encontro histórico com um autêntico vinhateiro: Alejandro Fernández, fundador da mítica bodega que leva seu nome, mas que é mais conhecida como PESQUERA. Em sua passagem pelo Brasil Fernández, de 78 anos, me deu a honra de uma prova de seus vinhos e um bate papo.
Um dos grandes ícones da Espanha, o Pesquera vem encantando a mais de três décadas os enófilos amantes da pureza e do estilo clássico dos tintos da terra de Cervantes.
Alejandro Fernández
Produzir grandes vinhos é antes de tudo produzir grandes uvas. Isso todos nós sabemos, mas às vezes esquecemos. Ao conversar com produtores o rumo da prosa nos leva a falar de tudo (mercado, exportações, enologia, barricas etc), mas por vezes deixamos de lado as duas coisas mais importantes: a essência (a matéria prima) e o objetivo (a saúde e o prazer).
Pois a conversa com Alejandro Fernández não poderia ter sido mais simples e essencial, quase naïf. Ele falou o tempo todo de suas uvas, da importância de ser natural e lembrou que o vinho é prazer e bom para o amor (momento em que levou um cutucão de sua filha Olga).
No vídeo abaixo ele fala que ser clássico é simplesmente ser natural e que, apesar de ter recebido 98 pontos de Robert Parker, não liga para pontos e seu objetivo é que qualquer trabalhados possa provar um Pesquera em uma festa em casa.
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Uma das pérolas da conversa foi: “vinho doce com sobremesa não tem contraste, é como comer pão com pão”, dito ao sugerir combinar seu especialíssimo tinto “Pesquera Millenium 2002” (não disponível no Brasil), com um doce.
Outro momento raro da conversa foi quando relatou uma visita ao Château Lafite, bordalês que é um dos maiores vinhos do mundo. Na ocasião foi servido o Pesquera 1986, que foi sistematicamente batendo um a um a todos os Lafites servidos pelos anfitriões, até que um raro e caro Château Lafite 1961 foi aberto e arrasou. Segundo Alejandro este Lafite 61 foi melhor vinho de sai vida.
Atualmente Alejandro Fernández possui 4 vinícolas, a original Pesquera (em Ribera del Duero), Condado de Haza (também em Ribera del Duero), Dehesa la Granja (em Castilla y León) e El Vínculo (em La Mancha). Os vinhos provados (todos importados pela Mistral – www.mistral.com.br), foram:
Dehesa La Granja 2004, Região: Castilla y León, Preço: US$52,90
Condado de Haza 2007, Região: Ribera del Duero, Preço: US,90
Pesquera Crianza 2008, Região: Ribera del Duero, Preço: US$75,50
Pesquera Reserva 2007, Região: Ribera del Duero, Preço: US$109,90
El Vínculo Paraje La Golosa Gran Reserva 2002, Região: La Mancha, Preço: US$109,50
Pesquera Janus Gran Reserva 2003, Região: Ribera del Duero, Preço: US4,50
Destaco o Dehesa La Granja 2004, como uma ótima compra, de boa relação custo-benefício, e o El Vínculo, como uma excepcional surpresa, que bateu sue irmão mais famoso, o Pesquera Reserva 2007, na mesma faixa de preço.
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Marcelo Copello (mcopello@bacomultimidia.com.br)
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