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Por Vanessa Aragão, pesquisadora e instrutora de meditação
Criadora do projeto Meditante Urbana
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A inquietação e eu

Enxergar agitação como aliada traz confiança, melhora a atenção e estimula a criatividade 

Por Vanessa Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
5 jul 2018, 15h44

Hoje, acordei às cinco porque não sabia se guiaria uma prática de meditação num parque. O tempo corria entre “chove ou não chove”. Da sala para a cozinha, da cozinha para o escritório, do escritório para a janela da sala de novo. O filósofo Blaise Pascal defendia a teoria de que a infelicidade dos homens vêm de uma fonte: não saberem permanecer quietos em um cômodo. Choveu.

A inquietação que sentimos está conosco desde sempre; é um instinto de sobrevivência. Pascal já falava disso no século XVII. Portanto, a boa notícia é: o desconforto de estar sozinho e calado não surge com a TV na década de 50, com a internet na década de 90 ou os smartphones em nossa época. Há um aparente sofrimento em unir mente e corpo quando você está somente com a sua respiração e consciência.

Ao contrário do que parece, há outra boa notícia aqui: quando você vence a barreira dos primeiros 5 minutos desse ”encontro”, o suposto sofrimento cede a confiança. E assim, ao reunificar corpo e mente nos reconciliamos conosco. Quando você medita, abre-se um espaço interno para a concentração e você passa a entender um pouco mais os próprios padrões de pensamento. Aos poucos, percebe a natureza transitória deles, tende a sofrer menos e a conseguir alinha-los com os sentimentos e ações.

É claro que nem tudo são flores. Toda técnica exige uma dose de empenho e truques no início. Então, quando a mente escapar, tente uma dessas dicas:

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  • Quando for começar, sente-se e explore os sons e estímulos ao redor. Faça o mesmo com seu mundo interior. Chamar as distrações para dentro ajuda a deixá-las de fora. O cérebro se habitua a estímulos regulares e deixa de percebe-los depois de um tempo;
  • Toque nos lábios. Eles são dotados de fibras parassimpáticas. Toca-los ativa o Sistema Nervoso Parassimpático (SNP) e traz mais calma;

Quando descobri que mergulhar no inconsciente, com a meditação, poderia aprimorar minha criatividade, comecei a estudar neurociência a partir de pesquisas de um grupo da Califórnia chamado Wellspring Institute for Neuroscience and Contemplative Wisdom. E tá aí: a prática da meditação é uma ótima aliada para ampliar a percepção criativa. Tanto que esse sábado, dia 7, teremos um grupo, com inscrição antecipada, na Casa Ipanema, às 16h, para meditar e expandir o olhar. Nas aulas, investigamos a criatividade como uma maneira de se relacionar com o mundo.

Alcançar a originalidade requer que você se aproprie de quem você é.

Vanessa Aragão é instrutora de meditação, com formação no monastério Kopan, no Nepal. É criadora do projeto @meditanteurbana,  com aulas às segundas na Academia da Ahlma, no Leblon, e às terças e sextas no Espaço Dharma, na Barra.

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