Crítica: E Foram Quase Felizes para Sempre
✪✪✪ E FORAM QUASE FELIZES PARA SEMPRE, de Heloisa Périssé. Primeiro monólogo de Heloisa Périssé, e assinado por ela, E Foram Quase Felizes para Sempre brinca já no título com a ideia de que uma relação a dois é (ou deveria ser) semelhante a um conto de fadas. O espetáculo traz a atriz no papel de […]
✪✪✪ E FORAM QUASE FELIZES PARA SEMPRE, de Heloisa Périssé. Primeiro monólogo de Heloisa Périssé, e assinado por ela, E Foram Quase Felizes para Sempre brinca já no título com a ideia de que uma relação a dois é (ou deveria ser) semelhante a um conto de fadas. O espetáculo traz a atriz no papel de Letícia Amado, escritora workaholic que passou os últimos meses enfurnada no projeto de um guia de viagens para casais. Tal dedicação cobra um preço: a moça é dispensada pelo relegado companheiro, sujeito tranquilo que não entende o porquê de tanto trabalho. Toda essa história é contada através das lembranças de Letícia, desfiadas no dia do lançamento do seu livro, como se os espectadores fossem os convidados do evento. Os episódios narrados ganham vida através de Heloisa, desdobrando-se em quinze papéis, dos pais da protagonista à sua psicóloga (hilária), além do próprio ex. A rigor, não há nada exatamente novo no texto, mas, com graça, carisma e segurança, a autora e protagonista dilui quase à insignificância eventuais impressões de déjà-vu. A direção de Susana Garcia se ajusta perfeitamente à atriz e conduz tudo com leveza. O resultado é uma visão do casamento sem ingenuidade, mas também sem amargura.