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Por Gilberto Ururahy, médico
Especialista em medicina preventiva
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Home Office: um convite à robotização de funcionários

Quando a casa vira escritório, quem paga o preço é a qualidade de vida dos colaboradores

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Atualizado em 29 jul 2020, 17h19 - Publicado em 29 jul 2020, 13h25

Trancados em casa há quase cinco meses, muitos colaboradores de empresas são rápidos em listar os desconfortos do home office: excesso de horas trabalhadas, sobrecarga física e emocional, inadequação da casa para virar escritório, dificuldade em criar e manter uma rotina produtiva, falta de concentração com a interferência inevitável da família, tempo exíguo para se dedicar aos cuidados pessoais, como exercícios e alimentação saudável, com frequência fazendo as refeições diante da tela do computador ou do celular.

A percepção foi confirmada por uma pesquisa do LinkedIn. Segundo o estudo, que ouviu duas mil pessoas, 68% dos entrevistados que estão trabalhando de casa têm passado ao menos uma hora a mais dedicados aos afazeres profissionais. O resultado é que 62% estão mais ansiosos e estressados com o trabalho do que antes.

Com o fechamento dos escritórios, computadores e celulares se transformaram nos novos colegas de trabalho: a inteligência artificial e os algoritmos estão ditando o ritmo da jornada diária de milhões de trabalhadores que, tal qual robôs, se limitam a atender as demandas.

Os relacionamentos interpessoais, que mantem viva a cultura, a missão e o espírito de equipe de uma empresa, foram interrompidos da noite para o dia. Funcionários viram-se sem a supervisão de um líder ou mentor que comande o time. Colaboradores reclamam que passam o dia tentando resolver questões que seriam sanadas rapidamente de forma presencial. Não é uma situação confortável para nenhuma das partes: para além de toda a fragilidade dos empregados, as empresas arcarão com gigantescas ações trabalhistas.

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Algumas empresas decidiram que seus funcionários continuarão em sistema de hoe office até o final do ano. Que a tecnologia já domina nossos dias e horas, ninguém contesta. Mas, ao menos, tínhamos nossos momentos de lazer e descanso em casa como um porto seguro, em que as horas dedicadas à aplicativos e programas de computador eram uma opção pessoal. Coisa do passado. A dependência desses aparelhos, que já atinge níveis que comprometem a saúde e a qualidade de vida das pessoas, só tende a aumentar.

Se é inquestionável que a tecnologia facilita muito a comunicação, também não se pode duvidar que ela tem sequestrado as horas de milhões de trabalhadores durante a pandemia. Temos um longo caminho de preparação para essa nova realidade, pelo bem das empresas e da saúde dos próprios funcionários.

Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. É diretor da MedRio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).

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