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Psiquiatra infantil
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O “fantasma” da birra

A maneira que as crianças têm de externar a frustração é fazendo a famosa birra

Por Fábio Barbirato
Atualizado em 3 ago 2018, 14h58 - Publicado em 3 ago 2018, 14h54

A cena é clássica: sábado à tarde, shopping lotado, um vai e vem de gente e a criança se joga no chão, chuta, chora, grita, esperneia. Ela percebe que, se chorar, o adulto responsável se aproxima para dar atenção. Quem nunca viu ou viveu esta situação que atire a primeira pedra.

A tão temida birra, normalmente, começa neste momento.

As famosas crises de birra são formas normais de as crianças lidarem com os conflitos. O adulto não é responsável por esse comportamento, que acomete quase todas as crianças uma vez ou outra, principalmente entre o segundo e o terceiro anos de vida, e que raramente indica um transtorno emocional grave.

Como qualquer criança de dois anos, seu filho provavelmente acredita que o mundo gira ao seu redor; ao mesmo tempo, se esforça para ser independente. E, na tentativa de fazer alguma coisa sozinho, quando alguém o impede ele não entende o porquê de estarem atrapalhando-o e fica muito frustrado. A maneira de externar a sua frustração é fazendo a famosa birra.

Isso acontece porque a criança pequena ainda não sabe lidar com grande parte de seus sentimentos, principalmente no que diz respeito à frustração. Ela não consegue expressar o que está vivenciando pela linguagem e age da forma que conhece.

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É importante o pai e a mãe perceberem que podem deixá-la chorar nessa fase, entre 1 e 2 anos, sem que isso represente abandono ou indiferença. A criança não está sofrendo, mas apenas chamando os pais para junto dela. Perceba o que cada movimento significa e aguente firme.

Porem, existe uma variação no choro. É preciso correr para atender a criança se o choro significa que há algo errado com ela. Por outro lado, é preciso não atendê-la, e manter a calma, se o choro for apenas uma forma de chamar a sua atenção. Observe o que cada momento significa.

Se você parar tudo que está fazendo a cada choro da criança, mais tarde ela usará a birra para ganhar coisas ou exigir sua presença imediata. Uma boa dica é dizer ao seu filho que mesmo que ele continue a chorar, não terá aquilo que está pedindo.

Algumas dicas para ajudar os pais a prevenir as crises de birra:

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  • * Antes da crise observe se a criança parece mais mau humorada e irritável que o normal, se nem mesmo uma brincadeira ou um carinho irá modificá-la;
  • * Sono: caso a criança não tenha dormido direito, deite com ela, tente faze-la dormer. Tirar um cochilo, mesmo que por 15 minutos, pode fazer a diferença

* Não seja rígido ou permissivo demais e sempre valorize os comportamentos positivos da criança

  • * Estabeleça limites eficazes e tenha uma conduta firme
  • * É comum a criança responder “não” às solicitações dos adultos. Cabe aos pais definir se ela pode ou não escolher o que fazer.
  • * Não seja generalista nas suas ordens e lembre-se que a cada idade a criança pode responder a um determinado número de ordens dos pais.

Seguindo estas orientações, seus passeios tendem a ter menos percalços. Boa sorte!

Fabio Barbirato é médico psiquiatra pela UFRJ, membro da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência e responsável pelo setor de Psiquiatria Infantil da Santa Casa do Rio. Como professor, dá aulas na PUC-Rio. Foi um dos apresentadores do quadro “Eu amo quem sou”, sobre bullying, no “Fantástico” (TV Globo).

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