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Por Daniela Alvarenga, médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
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Covid-19: Chegou a minha vez

Com a flexibilização cada vez maior da vida social, é importante lembrar que todos precisam manter os cuidados

Por Daniela Alvarenga Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 nov 2020, 16h00 - Publicado em 20 nov 2020, 15h15

Chegou a minha vez e da minha família. O resultado do exame confirmou  semana passada o que todos nós tememos desde o início da pandemia: o resultado positivo. Diante do diagnóstico, além de retomar o isolamento total, o principal desafio: manter a calma e enfrentar o vírus.

Desde março, quando as principais cidades do Brasil e do mundo entraram em quarentena, todo cuidado é pouco. Meus filhos  – de idade entre 17 e 20 anos – seguiram confinados, estudando online e interagindo virtualmente com os amigos. Porém, seis meses depois de isolamento total, eles começaram a pedir para ir a resenhas na casa de um ou outro amigo e eu comecei, com muito critério, a liberar uma ou outra saída deles. Os jovens foram muito impactados pela interrupção da vida social e do convívio na escola e na faculdade. Mas, conforme o tempo foi passando neste segundo semestre, percebemos – acredito que não apenas eu, como mãe, mas todos nós – que a flexibilização entre os jovens em função da vida social foi perdendo as fronteiras com uma velocidade talvez maior do que a ameaça do vírus permite. 

Semana a semana fomos tendo notícias de que amigos dos nossos filhos e suas famílias testaram positivo numa frequência maior do que pude perceber no primeiro semestre. Até que meu caçula começou a ter sintomas leves e logo depois minha mais velha também apresentou. Não valorizamos até que, eu e meu marido, que vínhamos trabalhando desde abril seguindo todos os protocolos de segurança e prevenção, também começamos a sentir os primeiros sintomas, mais intensos do que os deles. 

Dor de cabeça seguida de garganta arranhando evoluíram para dor de garganta, de ouvido, de cabeça e nos olhos de forma bastante intensa. Logo vieram a perda de olfato e paladar e também enjoo, muita sede, prostração e febre . Tive todos os sintomas, com exceção da falta de ar, mas apenas por 48h. Embora eu não tivesse ainda o resultado do laboratório, não havia dúvida. Como médica, sabia que não era hora de se apavorar e nem mesmo de sair tomando remédios sem comprovação. Pude perceber, ao ver toda minha família positivada, que era fundamental manter a cabeça no lugar, evitando qualquer crise de ansiedade que pudesse piorar nosso estado. 

No primeiro momento, comunicamos a todos com quem tivemos contato. Isso é importante também na prevenção e na proteção dos outros. Fiquei tranquila por saber que no trabalho todos estavam saudáveis. E entramos em isolamento até a recuperação total com muito repouso, água e remédios pontuais para suavizar os sintomas de enjoo e dor de cabeça.

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O intuito desta coluna não é apavorar ninguém. Longe disso, porque, ainda bem!, enfrentamos a doença em casa e,  com tranquilidade – talvez porque tenhamos um estilo de vida muito saudável e por termos reforçado ainda mais a imunidade durante 2020. Escrevo, principalmente, como um alerta da importância de mantermos os cuidados e evitar correr riscos não necessários. Se é preciso trabalhar e estudar, que tenhamos todos paciência e foco para seguir em isolamento social – sabendo que logo que a vacina chegar será possível aglomerar e matar as saudades.  Para mim, nesta experiência, a boa notícia é que poderei encontrar meu pai, a quem não vejo há oito meses e de quem morro de saudades e poderei me dedicar aos meus pacientes, agora, com mais tranquilidade. Semana que vem estarei de volta e, no que depender de mim, passaremos todos para 2021 mais cuidados, mais bonitos e mais fortes! 

 

 

 

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