Bela Gil defende reforma agrária: “Se não acontecer, morreremos”
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No dia 1º de junho, o canal GNT vai exibir o documentário Fonte da Juventude, que se propõe a abrir o debate sobre a má alimentação e a obesidade no país. Com direção de Estevão Ciavatta e depoimentos do chef Alex Atala, do diretor-geral da ONU para Agricultura e Alimentação, José Graziano, e da apresentadora Bela Gil, o filme revela, por exemplo, que criamos uma geração de crianças com expectativa de vida menor que a dos pais. Bela falou a VEJA RIO sobre o tema.
O que a incomoda nos hábitos dos brasileiros hoje? A desvalorização do ato de comer. A gente come andando, mexendo no computador, assistindo à TV. Não prestamos atenção na comida, nem sequer mastigamos. Isso sem contar que as pessoas não conhecem o que comem, não sabem de onde vêm os alimentos e como são produzidos.
Como podemos começar uma mudança de hábitos? Mudando a consciência, reeducando-se. Tire o refrigerante da mamadeira da criança, isso é terrível e injusto com seu filho. Faça sua horta. Compre menos produtos processados e mais orgânicos. As pessoas dizem que não têm acesso, mas é preguiça.
Você participou recentemente da 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária. Como isso pode ajudar? Se a reforma agrária não acontecer, vamos morrer. Temos de sair da monocultura e aumentar a diversidade de alimentos nas mãos de pequenos produtores. O assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) em Porto Alegre é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. Para mim, a comida é uma ferramenta política.
Tem vontade de ir além na política? Eu gostaria de lançar um programa de educação alimentar nas escolas em parceria com o Ministério da Saúde. Venho trabalhando para isso, mas preciso de mais força, visibilidade e, principalmente, boa vontade dos nossos políticos, o que, no momento, está difícil.
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