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Por Juarez Becoza, repórter de gastronomia popular e caçador de botequins
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Chico do Bracarense está de volta em novo bar

No FuChico, em Botafogo, o icônico garçom trabalha ao lado da filha, com cardápio que rememora diferentes fases e bares da sua vida

Por Juarez Becoza
16 out 2020, 15h53

O sorriso solto, a conversa animada, o serviço perfeito, o chope bem tirado, os clientes que viram amigos. Tudo isso está de volta na vida do senhor Francisco Chagas, eternamente famoso pela alcunha de Chico do Bracarense, um dos mais icônicos garçons que o Rio já teve. Depois de uma temporada como gerente do Combinado Carioca – excelente botequim do Humaitá que infelizmente fechou as portas devido à “pandecrise” – e alguns meses isolado em casa, cozinhando pra fora, o Chico volta à rotina que mais ama. Está à frente do novíssimo FuChico, botecão calcado dos petiscos tradicionais e no cardápio musical, instalado na mesma esquina que abrigou por anos o Bar Belmiro. E com uma novidade encantadora: ao lado de sua filha Vitória, de 21 anos, que ataca no caixa e colabora com o pai na gerência da casa. “Em família é muito mais gostoso”, diz Chico, entre um riso soltro e mais um chope.

De propriedade de um velho conhecido dos tempos de Braca, o FuChico foi todo desenhado para homenagear o veterano das mesas que dá nome à casa. A começar pelo nome, óbvio, e pelo logotipo, simples e funcional, que reproduz nas letras o sorriso famoso. Mas é no cardápio que as lembranças de uma vida como garçom – que um dia já trabalhou de saia só para pagar uma aposta com um cliente amigo – é mais forte. Rememora quatro fases da vida do Chico: os tempos de Bracarense, nos anos 80 e 90, o período à frente do Chico e Alaíde, já no século 21, a fase no Combinado Carioca, ano passado, e até mesmo os últimos meses, que passou trabalhando em casa.

Dos tempos de Braca, tem o bolinho de camarão com catupiry, aqui numa versão mais generosa e igualmente deliciosa. Há ainda os sanduíches de pernil e de filé com queijo, outras marca do Bracarense.

Do período de Chico e Alaíde, está de volta o choquinho – camarão empanado com batata palha – aqui numa versão ainda mais farta: um camarão VG imenso (com o perdão da redundância) envolto em muito catupiry. Como bem lembrou Madame GG, que me acompanhava quando lá estive esta semana, mais parece um “camarão à Kiev”…

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Para remeter aos tempos de Combinado Carioca, Chico fez questão de colocar no cardápio o “Cozido do Chico”, que fazia sucesso aos finais de semana no extinto bar do Humaitá. No FuChico, o prato é servido aos domingos. Já o sábado é dia de bobó de camarão e, nas sextas, feijoada.

O camarão do Chico: uma refeição (Juarez Becoza/Arquivo pessoal)

Por fim, para homenagear o período em que estava trabalhando em casa, fazendo comida pra fora, Chico manteve no novo cardápio uma seleção de pratos executivos de receitas populares, semelhantes aos que o ajudaram a ganhar a vida nos difíceis últimos seis meses. Nessa lista tem dobradinha, frango com quiabo e rabada com agrião, entre outras pequenas maravilhas.

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Tudo isso, contudo, não é obra de um homem só. Nem de longe. A casa tem uma equipe experiente, parte dela recrutada pelo próprio Chico. Entre eles o cozinheiro chefe, Carlos Antônio, que tem mais de 20 anos nas panelas do tradicional restaurante Le Coin. A casa também está testando desde a inauguração, no começo de outubro, um discreto calendário musical, com apresentações de MPB. Mas tudo com o devido cuidado para evitar aglomerações.

Experiência de um lado, juventude do outro. Vitória, filha do Chico, divide as aulas na faculdade de Direito com a administração do bar. É o orgulho do papai. Mas por enquanto, diz ela, o trabalho no bar é só uma experiência de vida. Seu futuro está nos livros constitucionais, ela aposta. Mas… Quem sabe o dia de amanhã?

O novo Bar FuChico fica na Rua Conde de Irajá, esquina com Visconde de Caravelas. @fuchicobar

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