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Por Juarez Becoza, repórter de gastronomia popular e caçador de botequins
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Brewteco Gávea: Uma nova era para o Baixo vem aí. Mas é preciso cuidado

Bar que substitui o Hipódromo abriu as portas nesta quinta (3). Apesar dos cuidados dentro do salão, lá fora máscaras e distanciamento foram raros

Por Juarez Becoza
Atualizado em 4 dez 2020, 19h59 - Publicado em 4 dez 2020, 14h19

O Brewteco da Gávea (@brewteco), que substituirá o já saudoso Hipódromo, começou finalmente a funcionar aberto ao público em geral ontem à noite, ainda em soft opening. A partir deste sábado, já começa a abrir para o almoço. Praticamente ainda em obra, com cheiro de cimento fresco, mas com as 36 chopeiras a todo o vapor, distribuindo cerveja artesanal de todas as sortes, origens e sabores. No começo desta semana estive lá, com o bar ainda de portas fechadas, experimentando parte do cardápio. Gostei de ver que as promessas de manter o clima despojado e popular do extinto Hipódromo estão sendo cumpridas. Preocupa apenas aquilo que os bares não conseguem controlar: o descaso com a saúde das pessoas que se aglomeram do lado de fora.

Em termos boêmios e gastronômicos, o novo Brewteco do Baixo Gávea tem tudo para ser um imenso sucesso, e honrando dignamente a memória de seu histórico antecessor. Pelo menos dois antigos garçons do Hipódromo – os célebres Oliveira e “Sorriso” – permanecem na equipe do novo bar, para alegria dos velhos clientes. O ambiente lá dentro é simples, bem iluminado e quase espartano, sem sustos para quem estava há décadas acostumado ao despojamento do local. E o cardápio – alvíssaras! – é  de botecão também.

Por enquanto, quase todo ele focado na churrasqueira, que fica no mesmo lugar da antiga, mas inteiramente modernizada, com parede de vidro e grelhas móveis. Assando na brasa, além dos diferentes cortes de boi, um coração de galinha que vai dar o que falar (não é furado, o que preserva o sumo), e um polvo que me fez rever a promessa que fiz de nunca mais comer polvo depois que assisti ao documentário Meu Polvo Professor no Netflix.

O milanesa aperitivo mata bem a saudade do famoso “Besteira”, do Astor, outro que fechou na pandemia e ainda não se sabe quando nem se reabrirá. Aproveitando a época do ano, o chef do Brewteco Gávea incluiu na churrasqueira um abacaxi assado que é sempre uma ótima ideia como sobremesa de botequim. Para o ano que vem, deverão voltar também as pizzas, outra marca registrada do Hipódromo que o Brewteco prometeu perpetuar. E no segundo andar, inaugura em janeiro o Drink – também dos donos do Brewteco – este sim um bar mais sofisticado, com direito a rooftop com jardim e vista livre para a Praça Santos Dumont. 

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A nota preocupante é que ontem, na primeira noite aberta ao público, o descaso com a pandemia já deu as caras com força. Não por culpa do bar, que está fazendo a sua parte, mas na forma de uma multidão pouco ou nada preocupada com a crise sanitária que o Brasil atravessa. Ao melhor estilo Dias Ferreira, jovens aparentemente à prova de tudo se aglomeraram sem máscaras, tomando ruas e calçadas. Não há muito o que o Brewtreco, ou mesmo os outros bares do Baixo Gávea, possam fazer quanto à isso. Mas é preciso ficar de olho, ser diligente, tentar informar essa garotada sobre os riscos que correm, e não abrir a guarda. Para que a Praça Santos Dumont não vire uma segunda Dias Ferreira. E para que essa irresponsabilidade coletiva não termine por arranhar a imagem de um trabalho tão bem elaborado, que comprova definitivamente o quanto o grupo que comanda o Brewteco – entre eles os empresários cariocas Rafael Farrá e Rafael Amaral – entendem, respeitam e curtem a cultura de botequim. E ainda têm muito a contribuir para o seu ressurgimento.

 

 

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