Quem é Tadáskía, artista carioca considerada em ascenção pela Time
De Santíssimo, na Zona Oeste, a educadora e escritora trans é formada em artes visuais na Uerj e mestre em educação pela Ufrj. Hoje, integra o acervo do MoMA

Ao lado de astros como David Corenswet, o Superman, e os vencedores do Emmy Tramell Tillman e Kaitlyn Dever, a artista carioca Tadáskía, de apenas 32 anos, representou a cidade na lista das 100 estrelas em ascensão da prestigiada revista Time. Educadora, escritora e artista trans, sua produção mistura desenhos, esculturas, fotografias e performances que fazem emergir a poesia do cotidiano.
Com a obra Ave Preta Mística, apresentada inicialmente na 35ª Bienal de São Paulo, em 2023, Tadáskia passou a integrar o acervo do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York, junto a produções de nomes como Roberto Burle Marx e Tarsila do Amaral. Em 2024, o MoMA organizou ainda a individual Projects: Tadáskía, em cartaz de maio a outubro.
Formada em artes visuais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), Tadáskía nasceu em Santíssimo, na Zona Oeste. A trajetória da artista inclui exposições em Lisboa, Barcelona, Amsterdã, Limousin, na França, e Marselha. Ela também foi indicada ao Prêmio PIPA, em 2020 e 2023.
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Criada em 2019, a TIME100 Next nasceu da lista anual TIME100, publicada desde 1999, cujo objetivo é identificar as figuras mais influentes do mundo. A Next por outro lado busca encontrar e destacar estas lideranças antes da chegada ao auge. É uma espécie de prêmio revelação para arte, ciência, política e entretenimento.
O texto da revista dedicado a Tadáskía foi escrito pela curadora, escritora e pesquisadora Diane Lima. Confira a tradução:
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“Abrir os cadernos de Tadáskía revela o que ela chama de aparições: momentos misteriosos de grande significado. Ideias e formas que aparecem e desaparecem como se fossem profecias em seus desenhos, esculturas, fotografias e performances. As coloridas obras da artista brasileira negra — e sua escrita poética e fantástica — nos convidam a perceber eventos comuns como revelações ocultas.
Sua capacidade enigmática de encontrar beleza além da categorização me fascinou ao curar a comissão da sua aclamada instalação Ave Preta Mística para a 35ª Bienal de São Paulo em 2023. Nunca esquecerei de testemunhar como palavras místicas e desenhos a pastel deram asas à sua extraordinária instalação multisensorial, composta por desenhos de carvão do chão ao teto, varas de bambu, cascas de ovo douradas, pós coloridos e frutas. O esplendor da sua arte desafia categorias, e no ano passado, o MoMA de Nova York exibiu seu trabalho em parceria com o Studio Museum em Harlem — um feito incrível para uma mente jovem e brilhante.”