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Quem é o DJ Maz, carioca que desponta no festival Coachella, na Califórnia

Ele é responsável por um famoso remix de Banho de Folhas, de Luedji Luna, lançado por ele em 2022 e com mais de 14 milhões de execuções no Spotify

Por Kamille Viola
12 abr 2024, 18h18

Ludmilla e DJ Maz são os únicos artistas brasileiros a se apresentar este ano no prestigioso festival Coachella, um dos maiores do mundo, que acontece de hoje a 21 de abril, na Califórnia, nos Estados Unidos. Mas, enquanto a cantora é um dos nomes do mais conhecidos cenário musical nacional hoje, o nome do DJ e produtor ainda não é tão familiar para o grande público, embora muita gente provavelmente tenha ouvido uma música dele.

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É que Maz, nome artístico de Thomaz Prado, fez o famoso remix de Banho de Folhas, de Luedji Luna, lançado por ele em 2022 e seu maior sucesso até hoje: só no Spotify, são mais de 14 milhões de execuções. A faixa traz ainda um sample não creditado de Sergio Mendes. Outra versão de sucesso nas pistas é a assinada por ele para Todo Homem, de Zeca Veloso.

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Embora ele seja famoso por unir ritmos brasileiros a vertentes eletrônicas, em seu set cabe de tudo um pouco. “Eu gosto de praticamente todos os estilos musicais, e isso acaba me influenciando no estúdio e na minha forma de tocar de uma maneira geral”, conta ele a VEJA RIO. 

O artista, que se apresenta no evento americano neste sábado (13), já tocou em festivais como Tomorrow Land Brasil e Lollapalooza, fala sobre a emoção de ver um público reagindo a uma produção sua. “O resultado da música é uma forma de expressar seus sentimentos que você está botando para fora, e ver a galera se conectando com isso é muito especial mesmo”, diz.

Você é carioca, e o Rio não é uma cidade que a gente associe diretamente à música eletrônica mais tradicional, embora exista uma cena aqui há um bom tempo. Como descobriu esse tipo de música?

Cara, eu escuto música eletrônica desde moleque, o meu avô e minha mãe têm grande influência nisso também. Meu avô é um entusiasta da música, ele gosta de tudo e realmente escuta de tudo: hip hop, jazz,  reggae, rock e música eletrônica. Na época, ele fazia vários CDs para minha mãe botar no carro e tal, e eu sempre escutava com ela e já curtia muito, desde cedo. Na época de Summer Eletrohits (coletâneas de dance music), eu me amarrava em todas e tinha os CDs. Enfim, vem desde cedo, eu diria que para a música no geral também, eu toco guitarra desde cedo, já tive todas as fases musicais possíveis na vida. Mas é isso, desde criança tenho contato com música eletrônica, e esse contato ficou mais intenso na minha adolescência quando eu comecei a frequentar festas etc. 

Em que momento percebeu que iria viver disso? Teve alguma virada de chave na carreira, algum momento em que teve certeza de que seu caminho era esse?

Na verdade, eu percebi isso antes de começar a trabalhar de fato. Foi através de uma experiência que eu tive no (festival) Universo Paralelo em 2013/14. Eu fui para lá e estava numa época meio perdida da minha vida no quesito profissional, tinha acabado de falir com uma startup que tinha com uns amigos e não sabia onde focar minhas energias. Sempre tive essa conexão com a música eletrônica muito forte, e aí fui para o Universo Paralelo, vivenciei tudo aquilo e voltei com a certeza de que eu tinha que fazer aquilo da minha vida, ou pelo menos tentar. Voltei, comecei a estudar produção musical e viciei. Falei: “É isso, não tem outra opção, se eu não eu não viver disso, não vou viver de nada.” E não me dei não me dei outra opção. Todos os dias, passa pela minha cabeça o tempo inteiro, é o que eu faço o dia inteiro, fico no estúdio produzindo, escutando música e pesquisando, estudando. E, enfim, a partir disso eu prometi pra mim mesmo que ia fazer isso dar certo.

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Quais são suas principais influências na música?

Como eu já disse, eu escuto meio que de tudo. Já tive várias épocas na vida que me influenciaram muito e acho que acabaram ficando intrínsecas dentro de mim. Já teve ano em que só ouvi Frank Sinatra, teve ano em que eu só ouvi Dr. Dre, outro em que só ouvi Bob Marley, enfim… Isso ainda está dentro de mim de alguma forma e acaba se refletindo nas minhas produções e inspirações. Dentro da música eletrônica, existem algumas pessoas de quem eu gosto muito, como Bonobo, Four Tet, Black Coffee. Todos são fortíssimas inspirações para mim. Mas é isso, eu gosto de praticamente todos os estilos musicais, e isso acaba me influenciando no estúdio e na minha forma de tocar de uma maneira geral. 

Como definiria o som das suas apresentações? Que vertentes da música eletrônica compõem seus sets?

Isso vai variar muito de acordo com a festa, com o momento, com a vibe do evento, se é mais underground, se é diurno, se é noturno, se é em um clube fechado, depende dos artistas estão tocando na festa também. Obviamente, eu sempre vou tocar minhas músicas, mas o resto do set meio que muda de acordo com a ocasião. Eu gosto de passear bastante, gosto de praticamente todas as vertentes da música eletrônica também, então isso me dá liberdade e possibilidade de fazer coisas diferentes em cada set.

Você toca violão e guitarra, mas faz música eletrônica. Como costuma compor?

O violão e a guitarra me ajudam bastante na composição aqui, seja usando esses instrumentos nas músicas, como acontece em Povoada e em Brisa, e na hora de criar melodias também. Às vezes, eu estou com uma base, mas estou precisando de alguma melodia para compor na música e, em vez de ficar tentando coisas no teclado, acabo recorrendo ao violão, porque sou muito mais solto ali e as melodias vêm muito mais naturalmente e tal. Então muitas vezes eu fico ali, no violão, acho a melodia e aí depois passo para os timbres que eu estou querendo usar. Pelo fato de tocar desde criança, acabei evoluindo musicalmente, e é muito bom você sabe tocar qualquer tipo de instrumento para produzir música eletrônica, porque você acaba produzindo tudo da música, né? Enfim, você meio que está presente em todos os aspectos.

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Você já se apresentou em grandes festivais (como Tomorrowland Brasil e Lollapalooza) antes, como é a sensação de tocar para essas multidões nesses eventos?

É uma sensação bem difícil de descrever, só subindo no palco mesmo e vivendo aquilo ali para entender, principalmente quando você também é produtor, né? Você vê a galera se conectando e reagindo daquela forma diante de uma produção sua, diante de uma coisa que você fez através de seus sentimentos. O resultado da música é uma forma de expressar seus sentimentos que você está botando para fora, e ver a galera se conectando com isso é muito especial mesmo, e é uma honra poder viver isso, é muito especial. Ter essa troca com essa galera, com certeza é o combustível para fazer a gente passar por tudo que a gente passa.

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