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“É importante resgatar nossos personagens”, diz Seu Jorge, sobre Pixinguinha e Marighella

Filme conta a história de um dos grandes nomes da música popular brasileira. Elenco conta com a atriz Taís Araújo como Albertina, a Betí, esposa do músico

Por Luiza Maia
Atualizado em 10 nov 2021, 20h53 - Publicado em 9 nov 2021, 19h56

Em cartaz como o protagonista do sucesso de bilheteria Marighella, Seu Jorge dá vida a outro personagem da história brasileira em Pixinguinha – Um Homem Carinhoso, que chega aos cinemas nesta quinta (11). O filme revela os altos e baixos da vida do maestro, flautista e saxofonista, considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira.

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Alfredo da Rocha Vianna Filho, o famoso Pixinguinha (1897-1973), é figura central na cultura do país. Mas, apesar das suas composições até hoje entoadas, como o hino Carinhoso, a trajetória do músico e compositor é, por vezes, desconhecida.

“O processo de interpretar um personagem da vida real é às vezes doloroso e complexo, porque envolve um processo de desconstrução e de não julgar essas trajetórias, mas é muito poderoso compartilhar isso na tela. Tanto Pixinguinha e Marighella foram filmes produzidos há muito tempo, então é uma vitória muito grande para mim ver essas obras disponíveis ao público brasileiro, que já estava com tantas saudades de ir ao cinema”, diz Seu Jorge em entrevista a Veja Rio.

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Dirigido por Wagner Moura, o longa sobre o guerrilheiro Carlos Marighella, um dos principais líderes da luta armada no período da ditadura, arrecadou R$ 2 milhões em bilheteria na semana de estreia. O filme, que estreou no último dia 4, já é considerado o filme nacional mais visto desde o início da pandemia.

Após um longo período com as salas de cinema fechadas, os espectadores podem separar a pipoca para verem, em ambos os filmes, o artista mergulhar na construção de personagens cujas trajetórias trazem retratos de diferentes épocas do país. 

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“Eu acredito que as histórias brasileiras são muito excitantes e nós conseguimos contá-las de um jeito próprio pela nossa cinematografia. Temos a sensação de que o brasileiro não tem memória e isso não é verdade. É muito importante trazer esses personagens que vão se apagando ao longo do tempo”, ressalta o ator.

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Em Pixinguinha, o filme também reforça a relevância de mostrar o legado da cultura negra. “O Brasil não existe sem ritmo e pele africana”, é a frase que fica marcada logo no começo da trama, dita pelo protagonista.

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“A experiência de me aprofundar na sua trajetória e atuar na pele de um músico foi um presente muito grande. Acredito que me encontro muito nele na negritude, na brasilidade, na dedicação e busca pela beleza”, acrescenta Seu Jorge.

Na noite de segunda (8), Seu Jorge marcou presença na pré-estreia do filme no Espaço Itaú de Cinema, em Botafogo, ao lado de Taís Araújo, que interpreta a esposa de Pixinguinha, Albertina Nunes Pereira – a Betí. 

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“É muito bom poder mergulhar nas vidas reais por trás dessas figuras históricas e poder apresentá-las ao grande público. Tivemos grandes nomes brasileiros cujas identidades foram apagadas, como os irmãos Rebouças, por exemplos, grandes engenheiros que eram negros e poucos ainda sabem disso”, diz a atriz em entrevista.

A primeira sessão do longa também contou com a diretora Denise Saraceni, o autor Silvio de Abreu e os atores Klebber Toledo, Tuca Andrada, que integram o elenco. Também fazem parte do filme a atriz Agatha Moreira e os atores Milton Gonçalves, como pai de Pixinguinha, e Danilo Ferreira, que interpreta o músico em sua fase mais jovem.

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A trama de Pixinguinha – Um Homem Carinhoso aborda desde a origem do apelido – derivado da forma que sua avó o chamava, ‘Pizindim’ -, o começo tão jovem na carreira, passando pelo êxito do seu conjunto Oito Batutas, a temporada de aventuras em Paris, o apaixonado casamento com a cantora Betí, o vício pelo álcool, até sua morte memorável em 1973 na Igreja Nossa Senhora da Paz, em pleno carnaval, enquanto a Banda de Ipanema realizava seu cortejo. 

Foto mostra Seu Jorge e Taís Araújo em filme. Ela está pendurada de cabeça para baixo e sorri para ele
Pixinguinha e Albertina: paixão do casal de artistas começou nos palcos (./Reprodução)

Outro ponto principal da história é a parceria com Betí, de quem Pixinguinha foi companheiro até sua morte. Um relacionamento que resistiu tanto aos períodos de dificuldades financeiras, quanto aos momentos em que o músico se rendia à bebida. Juntos, o casal também adotou o menino Alfredo, diante da impossibilidade de terem filhos biológicos. 

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“Mergulhando na história, eu fiquei muito surpresa ao descobrir que a Albertina foi uma artista de peso, que veio do Norte do país e abriu mão da carreira artística para seguir o seu companheiro. Por que nunca ouvimos falar sobre isso?”, questiona Taís Araújo. 

“Acho que o filme é o retrato de uma época, de uma mulher que abdicou dos seus sonhos para seguir um romance. Mas como é bom ver que eles permaneceram companheiros até o fim”, finaliza a atriz.

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