Nova geração de ginastas do Flamengo segue os passos de Rebeca Andrade

O clube, reconhecido há décadas como potência nacional, é, hoje, referência planetária na formação de ginastas de alto rendimento

Por Bruno Chateaubriand Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 Maio 2025, 06h30
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Julia Coutinho : ouro no solo ao som de Maria, Maria na Eslovênia, em abril (Gilvan de Souza/CRF/Divulgação)
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Em uma tarde de arquibancadas lotadas na Arena Bercy, durante o encerramento das disputas de ginástica artística dos Jogos de Paris, em 5 de agosto de 2024, Rebeca Andrade protagonizou um duelo memorável no solo contra a americana Simone Biles.

Com uma apresentação impecável, de altíssimo nível técnico, a paulista de Guarulhos, forjada no Flamengo, encantou o público ao som de Beyoncé e Anitta. Ao ver no telão a nota 14 166, que lhe garantia o ouro, alçando-a ao posto de maior atleta da história do Brasil, ela mal conteve as lágrimas. “Estou muito nervosa, não estou acreditando”, exclamou.

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Seis dias antes, ela havia conquistado um bronze inédito por equipes, ao lado de Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Lorraine Oliveira e Júlia Soares. Naquele momento, um novo e frutífero capítulo se descortinava para a ginástica artística feminina nacional. Menos de um ano depois, a coleção de seis medalhas olímpicas de Rebeca não só inspira uma nova geração como já reluz em pódios pelo mundo.

Embalada por uma vibrante versão instrumental da música Maria, Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant (1946-2015), a carioca Julia Coutinho, 15 anos, atleta rubro-negra, brilhou ao vencer a prova de solo na Copa do Mundo da Eslovênia, em 18 de abril.

Essa foi uma de suas primeiras incursões internacionais. “Estava muito tensa antes de competir, mas minha família e a equipe me ajudaram a superar as dificuldades e garantir o ouro”, celebra a adolescente, cuja performance é mais uma prova do talento de uma geração formada na base da Gávea.

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Pódio inédito: na equipe feminina que levou o bronze em Paris 2024, quatro atletas são rubro-negras (Marina Ziehe/COB/Divulgação)

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O clube, reconhecido há décadas como potência nacional, é, hoje, referência planetária na formação de ginastas de alto rendimento. “Mesmo vivendo um momento de renovação, temos nomes fortes para alcançar ótimos resultados na olimpíada de Los Angeles, em 2028 e nos próximos torneios mundiais”, analisa Georgette Vidor, coordenadora da modalidade na entidade. “Agora que a régua subiu, o desafio é trabalhar continuamente para mantê-las no topo”, reflete.

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Os números da escolinha da Gávea impressionam: são cerca de 1.500 alunos matriculados e mais de 3.000 crianças na fila de espera. Júlia Coutinho estudava em uma escola pública no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste, e esbanjava energia. Por recomendação dos professores, começou a praticar atividades físicas. Ao assistir às disputas da ginástica na Rio 2016, aos 6 anos, decidiu seguir carreira. No ano seguinte, ingressou na pré-equipe mirim do Flamengo e de lá nunca mais saiu. “É uma vida dura. Uma ginasta precisa abdicar de muita coisa”, completa Georgette.

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Escolinha da Gávea: mais de 3 000 crianças na lista de espera (Hermes de Paula/CRF/Divulgação)

Outro nome que desponta é o de Gabriela Bouças, 16 anos, que também se destacou na Eslovênia ao amealhar dois bronzes, na trave e nas paralelas assimétricas. Esse desempenho, como ressalta Marcus Vinicius Freire, diretor-executivo de esportes olímpicos do clube, é fruto de investimento e planejamento. “Há décadas a Gávea é uma máquina de fazer atletas da modalidade”, resume.

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O caminho até o topo, no entanto, começa cedo e exige estrutura sólida. Antes coadjuvante no esporte, a ginástica artística feminina é uma potência que traz orgulho. Los Angeles 2028 é logo ali.

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Fábrica de campeãs
Os trunfos rubro-negros na ginástica artística ao longo das últimas décadas

LUISA PARENTE
Participou das Olimpíadas de 1988, em Seul, e 1992, em Barcelona. No Pan-Americano de Havana, em 1991, conquistou dois ouros, no salto e nas paralelas.

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DANIELE HYPOLITO
Competiu nos Jogos de Sydney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. Foi a primeira medalhista brasileira em mundiais, com a prata no solo na Bélgica, em 2001.

REBECA ANDRADE
Marcou seu nome nas Olimpíadas de 2016, 2020 e 2024. Conquistou seis medalhas olímpicas – um recorde brasileiro, além de nove pódios em mundiais e dezenove medalhas em etapas da Copa do Mundo.

JADE BARBOSA
Esteve nos Jogos de 2008, 2016 e 2024 e garantiu o bronze por equipes em Paris. Tem medalhas conquistadas em mundiais de 2007, 2010 e 2023.

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