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Milton Nascimento é o carioca do ano na categoria especial

Nascido no Rio e mineiro de coração, cantor, compositor e multi-instrumentista de 80 anos, que é uma das maiores vozes da MPB, fez sua última turnê

Por Carol Zappa, Marcela Capobianco e Renata Magalhães
16 dez 2022, 07h00

O anúncio causou comoção: prestes a completar 80 anos, Milton Nascimento decidiu sair de cena. Após mais de seis décadas de uma carreira fértil e consagrada em que conquistou a admiração de artistas do mundo inteiro, de Sting a Björk, produziu 43 álbuns e amealhou cinco prêmios Grammy, ele reuniu o público num encontro que era também despedida. Ao potente rufar de Os Tambores de Minas, o músico nascido na Tijuca, filho de uma empregada doméstica, e criado na mineira Três Pontas pela família adotiva, subiu ao palco do Mineirão, em Belo Horizonte, em 13 de novembro, para encerrar a derradeira turnê A Última Sessão de Música, depois de passar por diversas cidades no Brasil e no mundo. “Eu jamais poderia pôr um fim a tantos anos na estrada sem homenagear aqueles que me acompanham esse tempo todo: os fãs”, disse com a voz — uma das mais poderosas que este país já ouviu — emocionada.

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O ano foi mesmo especial para Bituca, como é chamado pelos amigos. Além do octogésimo aniversário (marco cravado junto com outros alicerces da MPB — Caetano Veloso, Gilberto Gil e Paulinho da Viola) e do adeus aos palcos, seu clássico Clube da Esquina, de 1972, completou meio século e foi eleito, em maio, o melhor álbum brasileiro de todos os tempos por 162 profissionais ligados à música, em uma votação do podcast Discoteca Básica. “É o disco de cabeceira da minha vida”, declarou. Gravado com Lô Borges e uma turma de mineiros sob a paisagem oceânica de Mar Azul, praia de Niterói, o cultuado e visionário LP combinou rock, jazz e música de concerto com influências dos Beatles.

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Dedicado à amiga Gal Costa (que morreu poucos dias antes e levou aos palcos neste ano o show As Várias Pontas de uma Estrela, em que celebrava a obra de Milton) e com direção-geral do filho adotivo Augusto Kesrouani Nascimento, o espetáculo final foi uma grande celebração que reuniu antigos amigos e parceiros e envolveu o público com hinos atemporais do artista, doutor honoris causa pela Berklee College of Music — entre eles, Ponta de Areia, Travessia, Cais, Cio da Terra e Coração de Estudante. Reverenciado como dono da “voz de Deus” por outra grande e saudosa amiga, Elis Regina, Milton Nascimento garante que se despede dos palcos, mas não da música. “Vou parar de fazer shows, não de compor nem de cantar”, esclarece. Uma saída triunfal, do tamanho de sua obra.

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