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Luiza Brunet: ‘No Brasil, agressor de mulher só fica preso se matá-la’

Ex-modelo sofreu episódios de violência ao longo de sua vida, que será contada no cinema pela roteirista de Dois Filhos de Francisco, Carolina Kotscho

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 17 jul 2020, 21h23 - Publicado em 17 jul 2020, 06h00
Luiza Brunet: "Passei por poucas e boas mas não fico me lamentando, sou batalhadora" (Fernando Louza/Divulgação)
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Cheia de reviravoltas, com altas doses de dramas pessoais e episódios de agressões desde a infância, a história de Luiza Brunet, 58 anos, é daquelas que dariam um filme. E vai dar. A ex-modelo, agora ativista do movimento que combate a violência contra a mulher, terá sua vida contada no cinema pela roteirista de Dois Filhos de Francisco, Carolina Kotscho, que também vai dirigir o longa.

O roteiro está adiantado? Está praticamente pronto. Eu e a Carol tivemos uns dez encontros de umas seis horas cada. Fui contando minha vida para ela e a gente ia se emocionando. Nós duas choramos em vários momentos.

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Qual a parte mais emocionante? Acho que a minha infância. Eu vim da roça, do interior de Mato Grosso. Dos 6 aos 12 anos, eu e meus cinco irmãos convivemos com a violência do meu pai contra a minha mãe. Quando ele chegava bêbado, a gente sabia que ia bater nela. Eu via tudo, entrava no meio para tentar defendê-la.

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Você sofreu assédio nos tempos de modelo? Sim. Nos anos 80, os empresários assediavam todas as modelos, isso era normal nesse meio. Mas nunca aceitei nenhum tipo de proposta.

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Como terminou o processo por agressão que você moveu contra seu ex-namorado Lirio Parisotto? Ele foi condenado, mas está solto. No Brasil, homem que agride mulher só fica preso se chegar a matá-la.

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