Gal Costa, uma das maiores vozes da música brasileira, morre aos 77 anos
Baiana havia interrompido agenda de shows para uma cirurgia de retirada de um nódulo na fossa nasal direita e teria sofrido uma embolia pulmonar
A voz marcante de clássicos da MPB como “Baby”, “Meu nome é Gal”, “Chuva de Prata”, “Meu bem, meu mal”, “Pérola Negra” e “Barato total”, Gal Costa morreu na manhã desta quarta (9), aos 77 anos, em São Paulo. A informação foi confirmada por sua assessoria de imprensa. Com 57 anos de uma carreira de sucesso, a baiana havia feito uma pausa na agenda de apresentações pelo Brasil por conta de uma cirurgia para retirada de um nódulo na fossa nasal direita e teria sofrido uma embolia pulmonar. Ela deixa o filho Gabriel, de 17 anos. As informações sobre velório e enterro ainda não foram divulgadas.
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Uma das maiores cantoras do país, Gal Costa estava em turnê com o show “As várias pontas de uma estrela”, no qual revisitava grandes sucessos dos anos 1980 do cancioneiro popular da MPB. “Açaí”, “Nada mais”, “Sorte” e “Lua de mel” estavam no repertório. A cirurgia aconteceu em setembro, pouco após sua apresentação no festival Coala, em São Paulo. Desde então não havia voltado aos palcos. Ela inclusive uma das atrações de outro festival, o Primavera Sound, que aconteceu também em São Paulo no último fim de semana, mas teve sua participação cancelada de última hora. Uma turnê na Europa estava prevista em sua agenda para novembro.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu eu Salvador, em setembro de 1945, e iniciou sua vida artística vinte anos depois, após ter de aproximado ainda adolescente dos também baianos Maria Bethânia e Gilberto Gil, além de Caetano Veloso, com quem integraria o grupo conhecido como Doces Bárbaros, responsável mais tarde por um disco que marcou os anos 1970.
Ainda se apresentava como Maria da Graça quando lançou “Eu vim da Bahia”, samba de Gilberto Gil sobre a origem da cantora e do compositor. Três anos depois lançou “Baby”, de Caetano Veloso, que havia sido feita para Maria Bethânia. Mas Gal a lançou em disco e a projetou no álbum-manifesto da Tropicália. “Divino maravilhoso” (de Gil e Caetano) também marcou a fase tropicalista.
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Ao longo das décadas de 1960 e 1970, a cantora misturou estilos que iam do suingue de Jorge Ben Jor com “Que pena (Ela já não gosta mais de mim)” ao rock, com “Cinema Olympia”, também de Caetano. “Meu nome é Gal”, de Roberto e Erasmo Carlos, serviu como carta de apresentação unindo Jovem Guarda e Tropicália.
“Nunca pensei em um dia falar sobre a dor de perder Gal. É triste demais, difícil demais”, lamentou em entrevista à Globonews a cantora e amiga Maria Bethânia, com a voz embargada, citando seu timbre “único e magistral”.