Gabriel David: “O Carnaval vai durar o ano todo”

Novo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), de 26 anos, revela os planos para o Carnaval 2025

Por Bruno Chateaubriand
17 Maio 2024, 06h00

Primeiras mudanças: serão três dias de desfiles do Grupo Especial

O que esperar para o próximo Carnaval? Muita inovação, não só para 2025, mas para todos os carnavais. Vamos começar aumentando os dias de desfiles do Grupo Especial. Serão três. Com um dia a mais, evitamos contratempos decorrentes de atrasos, que podem comprometer a competitividade entre as escolas por causa dos efeitos da luz cênica, e teremos mais ingressos disponíveis, atraindo um público maior. Também estamos buscando alternativas para fazer crescer o fluxo de caixa para as agremiações poderem realizar seus desfiles. A Liesa tem capacidade de gerar mais receitas ao longo do ano, não apenas ligadas ao espetáculo.

Como isso pode ser feito? Novos eventos irão gerar mais visibilidade para as escolas, e isso engrandece os sambistas, protagonistas da festa. Um maior uso da Cidade do Samba, por exemplo, irá fortalecer as agremiações. Vamos estimular projetos de formação e capacitação por lá. O Carnaval vai durar o ano todo.

Os camarotes viraram um Carnaval à parte. Há mudanças previstas nesses espaços? Nos últimos três anos, já estamos num movimento de maior controle dos camarotes. Estamos prevendo multas mais severas, e operadores desses espaços poderão ser retirados, perdendo a concessão, caso não cumpram as regras acordadas contratualmente com a Liesa.

São necessárias melhorias no Sambódromo? Temos uma série de problemas físicos na Sapucaí. Debato muito isso com o prefeito e com a Riotur. Acredito que deveríamos fazer modificações não só na estrutura, como no entorno do Sambódromo, que foi destruído na gestão Crivella.

Olhando para fora do Brasil, vê ideias que possam melhorar a experiência do Carnaval carioca? Existem dois modelos de ligas com ideias muito interessantes: a NBA, nos Estados Unidos, e a Premier League, na Inglaterra. Para mim, elas funcionam como uma base de estudos, inclusive pela forma como se projetam internacionalmente. Nosso Carnaval pode estar mais presente em festivais do mundo todo.