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“Extremistas temem a cultura”, diz Johnny Hooker ao ser vetado de festival

Cantor atribui cancelamento de show a uma campanha feita por políticos bolsonaristas. Prefeitura de Niterói não comentou sobre a decisão

Por Redação
8 mar 2024, 15h21
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Johnny Hooker: cantor também foi alvo de veto em setembro de 2023, em Roraima (Reprodução/Instagram)
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O cantor Johnny Hooker se pronunciou após ter sido vetado em um festival no Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói, pela própria prefeitura da cidade. O cancelamento da apresentação, que faria parte do festival ID:Rio 2024, foi anunciado no Diário Oficial do município na terça (5), surpreendendo o artista e a organização do evento. A equipe de Hooker atribuiu a atitude a uma mobilização feita por políticos bolsonaristas.

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“Muitos de vocês devem ter ficado sabendo que fui convidado para um evento em Niterói, o ID: Rio, que busca promover e valorizar, através da cultura, a diversidade sexual, de gênero e de raça no Brasil. Nós e os idealizadores do ID: Rio fomos surpreendidos por uma campanha, promovida por alguns políticos bolsonaristas, para o cancelamento do meu show, por meio de um vídeo editado e descontextualizado de uma fala minha de 2018, em que eu criticava a censura de uma peça de teatro”, escreveu o cantor pernambucano em nota para a imprensa.

Hooker se refere a um vídeo em que dizia que Jesus é “travesti, bicha e transexual”. Na época, o cantor estava se pronunciando contra o cancelamento de um espetáculo sobre Jesus protagonizado por uma mulher trans, O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu. A repercussão do vídeo, no entanto, já causou outro veto contra o cantor: em setembro do ano passado, um show que o artista faria em Boa Vista, em Roraima, foi cancelado pelo prefeito Arthur Henrique (MDB) devido à pressão de políticos.

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“Nós sabemos que extremistas têm medo da cultura, da arte e, no limite, das várias expressões de amor e, para que prosperem, dependem da censura, da intimidação e da eliminação de qualquer debate democrático. Dependem de espalhar ódio e pânico, através de campanhas de desinformação. Querem impor de forma violenta as próprias ideias sobre todos aqueles que pensam, se expressam e vivem de maneira diversa, coisa que atenta diretamente contra o Estado Democrático e Laico. Os envolvidos no vídeo que culminou no cancelamento do show acabam, intencionalmente ou não, jogando água nesse moinho do desrespeito à diversidade cultural e à própria história da música brasileira, da qual tenho orgulho de ser uma pequena parte”, diz outro trecho da nota do cantor.

Procurada, a Prefeitura de Niterói ainda não se pronunciou sobre o motivo do cancelamento. Em nota, o festival disse que “como evento, nos coube buscar o diálogo com a gestão pública para compreender os motivos de tal atitude e, dessa forma, acatar a decisão tomada”. O ID:Rio reforçou que o restante da programação prevista para este sábado (9), com palestras, desfiles e feira empreendedora de moda, design e gastronomia, acontecerá normalmente.

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