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A obra deixada por Danuza Leão, que morreu aos 88 anos nesta quarta (22)

Jornalista, escritora, ex-modelo estava internada na Clínica São Vicente para tratar insuficiência respiratória; corpo será cremado nesta sexta (25)

Por Da Redação
Atualizado em 23 jun 2022, 15h44 - Publicado em 23 jun 2022, 13h56
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Danuza Leão: como escritoria, conquistou dois prêmios Jabuti (./Reprodução)
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Jornalista, escritora, ex-modelo e uma das personalidades mais marcantes da sociedade carioca no século XX, Danuza Leão morreu nesta quarta (22), aos 88 anos, no Rio. Ela estava internada na Clínica São Vicente para tratar um quadro de insuficiência respiratória, decorrente do efisema pulmonar que já tratava há dez anos, e seu corpo será cremado nesta sexta (24), no Cemitério do Caju, em horário ainda não divulgado. Danuza deixa, além de três filhos, sete netos e cinco bisnetos, uma obra que inclui dez livros publicados e dois prêmios Jabuti – um por suas memórias (“Quase tudo”, de 2005) e outro por “Danuza Leão fazendo as malas”, de 2008. Seu primeiro best-seller foi “Na sala com Danuza”, um clássico da etiqueta moderna, lançado originalmente em 1992.

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Nascida em Itaguaçu, no Espírito Santo, mudou-se com a família aos 10 anos de idade para o Rio. Irmã da cantora e compositora Nara Leão, Danuza viu o surgimento da bossa nova no apartamento de seus pais, o 303 do edifício Palácio Champs Élysées, na Avenida Atlântica, em Copacabana. Aos 20 anos, casou-se com o jornalista Samuel Wainer, fundador do jornal Última Hora, que tinha o dobro de sua idade. com ele teve seus três filhos: a artista visual Pinky Wainer, o distribuidor cinematográfico Bruno Wainer e o jornalista Samuel Wainer Filho, que morreu em um acidente de carro em 1984, aos 29 anos. Depois uniu-se ao compositor e cronista Antônio Maria e, mais tarde, ao jornalista Renato Machado.

Uma das maiores promoters da noite carioca, em boates como a Hippopotamus e a Regine’s, nos anos 1970/80, Danuza era descendente de italianos e indígenas, tendo iniciado sua carreira de modelo na década de 1950, tornando-se uma das primeiras brasileiras a desfilar fora do país, em cidades como Paris. Também foi colunista no Jornal do Brasil e na Folha de S. Paulo, antes de assinar uma coluna na Revista Ela, do jornal O Globo, entre 2017 e 2019. A jornalista foi ainda jurada de programa de TV, dona de butique e produtora de arte. E colaborou em novelas da TV Globo, assim como atuou no cinema, em filmes dirigidos pelo amigo Glauber Rocha, como o clássico do cinema novo “Terra em transe” (1967) e “A idade da Terra” (1980).

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Nos últimos anos, a escritora causou controvérsia ao declarar ser contra a PEC das Domésticas, que garantia direitos trabalhistas às empregadas domésticas, e que não via graça em Nova York já que até seu porteiro que viajava para lá. Também criticou o movimento MeToo, no qual mulheres do cinema e TV se posicionaram contra assédios na indústria do entretenimento nos Estados Unidos.

 

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