“As pessoas não estão prontas”, diz Paolla Oliveira sobre críticas a Heleninha
Intérprete da artista plástica do remake da Globo, que sofre com o alcoolismo, a atriz conta que esperava ser uma porta-voz das pessoas acometidas pela doença

Vivendo a artista plástica Heleninha Roitman no remake da novela Vale Tudo, na Globo, Paolla Oliveira rebate críticas à personagem, que, na trama, sofre com o alcoolismo. A partir desta semana, ao perceber a reaproximação entre Ivan (Renato Góes) e a ex, Raquel (Taís Araujo), Heleninha terá cada vez mais recaídas com a bebida.
“Eu tinha essa expectativa de ser uma porta-voz. E de fazer bem, para que as pessoas se sentissem representadas, mas é difícil. Porque se ver representado num lugar tão difícil como esse pode gerar desconforto. O que eu mais faço o tempo todo é não sair do foco de transmitir a delicadeza e a intensidade desse problema”, disse ela ao jornal Extra.
+ Alceu Valença cobra dívida de 122 mil reais por apartamento no Joá
“Venho me surpreendendo com a recepção do público. Todos sabem que o alcoolismo é uma doença, mas não sabem como os alcoolistas se portam”, admira-se a atriz.
Paolla conta que se surpreendeu ao se deparar com gente achando que o alcoolismo é uma doença de super-ricos, privilegiados — como é o caso da família de sua personagem, que, na novela original, de 1988, foi interpretada por Renata Sorrah.
“Em vez de se aproximarem da Heleninha — era essa minha expectativa —, essas pessoas estão se afastando, julgando. Em contrapartida, vejo muita gente entendendo. O importante é abordar o tema. Se a gente não levanta a bola, não tem jogo”, acredita.
A atriz conta que, para construir a personagem, teve contato com pessoas que sofrem com a enfermidade, e que uma familiar sua também sofre com o alcoolismo. “Ela está bem, mas não se livra, né? É um problema que não tem cura. Eu não convivo com a pessoa, mas eu sei que ela e os mais próximos lidam com a doença”, afirma.
+ Leniel Borel, pai do menino Henry: “Mães também matam”
“O caso é diferente da maioria dos que eu costumo ouvir falar, tem um acolhimento. A doença tem vários níveis, os estragos podem ser diferentes. Mas essa está ali, eu vejo a batalha”, pondera.
Ela comenta que também foi a reuniões do AA (Alcoólicos Anônimos) e conversou com psicólogos e psiquiatras. Além disso, é acompanhada por dois adictos (pessoas que sofrem de dependência de alguma substância — no caso, o álcool) em recuperação há mais de trinta anos. “Estou vendo muito de perto”, garante a atriz.
+ Ana Maria Braga: “Plantei essa fase com carinho, dedicação e fé”
“Inclusive, tenho próximas a mim pessoas com diagnósticos que normalmente vêm acompanhados do alcoolismo, como bipolaridade e obsessão compulsiva, que também é a situação da Heleninha. Tenho sido procurada por quem tem a doença. Sou alimentada por histórias reais”, detalha Paolla.
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui