Viva – A Vida É Uma Festa
Resenha por Miguel Barbieri Jr
É preciso sensibilidade e tato para abordar a morte num enredo infantil com graça e emoção. Viva — A Vida É uma Festa consegue a proeza numa animação espirituosa e esfuziante. No novo trabalho do estúdio Pixar, o garoto mexicano Miguel quer trilhar o caminho da música. Mas sua família, de sapateiros, é radicalmente contra. Motivo: o tataravô do menino, um lendário cantor, abandonou a esposa para seguir a carreira. No “Dia de los Muertos”, que ocorre na mesma época do nosso feriado de Finados, Miguel arrisca-se a participar de um concurso de talentos e, ao entrar no mausoléu de seu ancestral para pegar emprestado seu violão, é “transportado” para o mundo dos mortos. Lá, nada de tristeza nem de esqueletos cabisbaixos. Como aponta o subtítulo nacional, trata-se de um universo vivo e festivo, com cores berrantes e luz neon. A missão do pequeno protagonista não será fácil: ele precisa encontrar seu tataravô para poder voltar ao convívio familiar. Embora tenha elementos próprios da cultura mexicana, o desenho segue uma linha didática para explicar a importância da celebração. A combinação de comédia e drama funciona bem, e o resultado é um daqueles casos em que, para espectadores dos 8 aos 80, a história surte efeito. Direção: Lee Unkrich (Coco, EUA, 2017, 105min). Livre.