Visages, Villages
Resenha por Miguel Barbieri Jr
Indicado ao Oscar de melhor documentário, Visages, Villages é um interessante projeto realizado a quatro mãos. A direção ficou a cargo do fotógrafo JR e da veterana cineasta Agnès Varda, que se conheceram em 2015 e decidiram trabalhar juntos. Varda, de 89 anos, se afina muito bem com o retratista trintão em viagens pelo interior da França. Em vilarejos (villages, do título), a dupla entrevista moradores para captar o estilo de vida e fotografá-los. Em seguida, eles estampam muros, paredes e fachadas com imagens gigantes de seus rostos (visages) e corpos em resultado, no mínimo, surpreendente. Na longa jornada, há saborosas conversas — do carteiro de uma aldeia aos estivadores do Le Havre. Sem pretensões, o filme faz um registro singelo e muito simpático de gente comum, que ganha, nem que seja por alguns dias, o status de celebridade. Os diálogos entre JR e Varda são, propositalmente, ensaiados, mas nem isso tira o brilho da obra conjunta. Direção: JR e Agnès Varda (França, 2017, 89min). 12 anos.