Uma Quase Dupla
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Tatá Werneck está no confortável terreno da comédia. Não é à toa, portanto, que Cauã Reymond, sempre visto no cinema em papéis dramáticos, surpreende saindo da caixinha em Uma Quase Dupla. A improvável química entre eles — acredite! —funciona muito bem, sobretudo porque o roteiro inverte e subverte os estereótipos. Um assassinato com requintes de perversidade abala uma pequena cidade do Rio de Janeiro. Como a delegacia de lá dispõe de poucos (e fracos) investigadores, a durona Keyla (Tatá) chega da capital para apurar o crime. Terá como parceiro o ingênuo Cláudio (Cauã), um rapaz de bom coração e superprotegido pela mãe (Louise Cardoso). Numa deliciosa paródia dos policiais toscos da década de 80 (repare no visual “Magnum” de Cauã), o filme assume a sátira sem medo de ser ridículo e, por isso mesmo, consegue agradar e divertir. Direção: Marcus Baldini (Brasil, 2018, 108min). 12 anos.