Trama Fantasma
Resenha por Miguel Barbieri Jr
Será inevitável, após a sessão de Trama Fantasma, pesquisar na internet se a história é baseada em caso real. Embora o basco Cristóbal Balenciaga (1895-1972) tenha sido uma fonte de inspiração, o personagem principal nasceu de uma parceria entre o diretor Paul Thomas Anderson e o ator Daniel Day-Lewis, ambos indicados ao Oscar. Trama Fantasma também está no páreo para melhor filme, atriz coadjuvante (Lesley Manville), trilha sonora e figurinos — deslumbrantes, por sinal. O trabalho da dupla é tão afinado e detalhista que, sim, dá para acreditar que seja verídica a trajetória de Reynolds Woodcock (Day-Lewis), um metódico, perfeccionista e exigente costureiro inglês da década de 50. Vivendo uma relação complexa com sua irmã (Lesley), Woodcock encontra na simplória garçonete Alma (Vicky Krieps) uma mulher para chamar de musa. A nova modelo passa a morar com os irmãos e ingressa num mundo de clientes aristocratas, sempre esperando de seu novo patrão mais do que um emprego. O grande cineasta, de pérolas como Sangue Negro e O Mestre, não facilita para o espectador e entrega à plateia o “filme de arte” do Oscar. Quase toda embalada pela inebriante música erudita de Jonny Greenwood (do Radiohead), a trama tem ritmo lento, porém hipnótico; é sedutora e envolvente, instável e impecavelmente tecida, assim como o protagonista e seu primoroso trabalho. Direção: Paul Thomas Anderson (Phantom Thread, EUA, 2017, 130min). 12 anos.