O Estranho que Nós Amamos
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Em 1864, três anos após o início da Guerra Civil americana, um internato de garotas, no sul dos Estados Unidos, vive à sombra dos conflitos. Dona da escola, Miss Martha (Nicole Kidman, ajoelhada na foto) comanda suas meninas com a ajuda da professora Edwina (Kirsten Dunst). Embora o ambiente seja pacífico, um único homem será capaz de desestabilizar a calmaria. Trata-se do soldado McBurney (Colin Farrell), encontrado ferido na mata por uma das alunas. Como ele é um inimigo do Norte, Martha pretende acompanhar sua recuperação e, em seguida, entregá-lo aos confederados. Mas a presença masculina no casarão atiça os desejos delas. Diretora dos cults Encontros e Desencontros (2003) e Maria Antonieta (2006), Sofia Coppola, vencedora do prêmio de melhor direção no Festival de Cannes 2017, refilma o clássico homônimo O Estranho que Nós Amamos, estrelado por Clint Eastwood em 1971. Sua visão, mais feminina e menos brutal, está estampada na esplêndida fotografia e nos figurinos de cores pastel, além da beleza do elenco. Instigante e com um clima de tensão sexual constante, a trama jamais resvala na vulgaridade e se encaminha para um desfecho inesperado. Há que se lamentar, contudo, a decisão de Sofia de retirar do roteiro a escrava Hallie, personagem muito importante no original. Direção: Sofia Coppola (The Beguiled, EUA, 2017, 93min). 14 anos.