Marcos Chaves
Resenha por Rafael Teixeira
Com 450 anos recém-completados, o Rio é alvo de uma espécie de crônica visual na exposição Paisagens Não Vistas, do artista carioca Marcos Chaves. Boa parte das mais de trinta obras exibidas, porém, desvirtua o senso comum dos cartões-postais da cidade. É o caso de uma de suas séries mais conhecidas, Sugar Loafer, com treze fotografias na seleção. O ponto em comum é a presença do Pão de Açúcar, mas desprovido do enquadramento turístico — em primeiro plano invariavelmente aparece um mendigo ou, no mínimo, algum indício de sua passagem pela cena. Com seis trabalhos expostos, a série Buracos é composta de flagrantes de crateras no asfalto, preenchidas de maneira insólita com todo tipo de objeto, para alertar o motorista que transita pela via. Tão belas quanto imponentes em suas dimensões são as quatro montagens fotográficas em que Chaves estilhaça uma paisagem em cubos que se elevam das paredes, causando um efeito tridimensional, como se vê em Arquipélago (2010).