Mãe!
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Vaiado e aplaudido no Festival de Veneza, Mãe! também teve passagem polêmica pelo Festival de Toronto. Realmente, o novo trabalho do diretor Darren Aronofsky tem ingredientes de sobra para dividir opiniões. Ame-o ou odeie-o, o fato é que o drama traz a marca ousada e original de seu realizador, já demonstrada em Pi (1998), Réquiem para um Sonho (2000), Cisne Negro (2010) e Noé (2014). Mais uma vez, Aronofsky não se acomoda e faz um filme inquieto, perturbador, de respostas nada fáceis. A princípio, pode parecer um suspense assustador como tantos outros. Engano! Da estranheza nasce um delírio surrealista com citações bíblicas de deixar o espectador perplexo. Jennifer Lawrence (em ótima interpretação) e Javier Bardem formam um casal que acabou de se mudar para uma propriedade isolada em meio à floresta. Certo dia, bate à porta um estranho. Trata-se de um médico (Ed Harris) que, papo vai, papo vem, se instala na residência, para a alegria do marido e o nítido descontentamento da mulher. Pouco depois, surge a esposa dele (Michelle Pfeiffer) e, então, os dois filhos. A dona da casa entra numa espiral de desprazeres e, inerte, deixa-se levar por decisões contrárias à sua vontade. Direção: Darren Aronofsky (Mother!, EUA, 2017, 121min). 16 anos.